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Enviada em: 14/10/2018

"O importante não é viver, mas viver bem." Segundo Platão, a qualidade de vida tem tamanha importância que ultrapassa o sentido da própria existência. Entretanto, essa não é uma realidade para os cidadãos brasileiros, que padecem pelos empecilhos da prostituição. Sendo assim, ao invés de agir para tentar aproximar a prática descrita por Platão da vivenciada por esses indivíduos, o preconceito macróbio e as precárias condições sociais acabam contribuindo para a degradante situação atual.       Convém ressaltar, a princípio, a desaprovação do trabalho sexual influi para sua marginalização, já que estimula comportamentos em desacordo com esse meio. Em consequência, os profissionais do sexo são vistos com inferioridade e rejeição por seu campo de atuação ainda ser discriminado hodiernamente. Nesse contexto, o preconceito sobre o ofício erótico funciona como a primeira lei de Newton, a norma da inércia, a qual afirma que um corpo tende a permanecer em movimento até que uma força suficiente atue sobre ele mudando-o de percurso, no caso tornar ínfima a intolerância contra essa ocupação. Dessarte, diante do pífio cenário marcado por graves óbices sociais, há uma desproporção entre o posicionamento de Platão e o adotado no pelo País.      Além disso, por mais que o contingente populacional em situação de pobreza tenha diminuído quase 70% das profissionais do sexo não tem curso superior, ou seja, frágeis condições de vida podem intensificar a entrada na prostituição, que é usada como sustento. Essa conjuntura, de acordo com os ideais do contratualista John Locke, alude ao "contrato social" e suscita sua violação, uma vez que, o Estado não cumpre a sua função de garantir que tais indivíduos gozem de direitos básicos, como razoáveis circunstancias sociais. Desse modo, a árdua situação desses indivíduos, que não contém o básico, é um problema funesto que reduzido, ampliará a qualidade de vida de muitos cidadãos e corrobora o pensamento de Platão.      Evidenciam-se, portanto, significativas dificuldades sobre as questões relacionadas à prostituição no Brasil. Por conseguinte, canais de TV e redes sociais, por meio de peças publicitárias, podem divulgar dados relativos a essa situação, sobre a quantidade de vítimas agredidas e o motivo da escolha laboral, para impactar o interlocutor, com o objetivo de instigar uma mudança na ideologia da população, pois assim o preconceito pode ser minimizado. Outrossim, o Poder legislativo, por meio de uma emenda constitucional, pode reconhecer oficialmente o profissional do sexo como um trabalhador, para que a descriminação seja ínfima, pois devido à caracterização desse emprego a sociedade o aceitará progressivamente. Aumentam assim as chances de se alcançar uma cidadania pragmática e legítima em que os indivíduos não apenas existam, mas vivam bem.