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Enviada em: 14/10/2018

Na obra "Lucíola" do escritor do Romantismo José de Alencar, Lúcia é uma cortesã do século XIX que vive na sociedade carioca e relata a necessidade de se prostituir para obter seu sustento e de sua irmã. Entretanto, percebe-se que a situação de Lúcia relatada na ficção perpassa através dos séculos. Nesse contexto, faz-se pertinente considerar a desigualdade social e os estigmas sociais que enfrentam esses indivíduos como questões desse impasse.       Em primeiro plano, as divergências socieconômicas apresentam-se como gênese da problemática. Nessa perspectiva, o filósofo grego Aristóteles defendia que a política deveria promover a felicidade e o equilíbrio social. Todavia, no Brasil, tal ideal não é executado de forma adequada, visto que crianças, mulheres e homens procuram a exploração sexual devido às más condições de vida e falta de oportunidades de melhores empregos.        Além disso, o estigma criado culturalmente pela sociedade sobre a prostituição agrava a situação vivida por essas pessoas. A esse respeito, o sociólogo francês Pierre Bordieu afirmava que a sociedade naturaliza, incorpora e reproduz estruturas sociais que lhe são impostas. Dessa forma, o comércio sexual sempre foi visto como algo indigno o que agrava a situação de marginalização desse público que fica mais exposto à violência, escravização sexual e outros riscos advindos da ausência de direitos preconizados pela Constituição Federal.         Impende, pois, que ações que promovam à dignidade humana, prevista na Constituição Cidadã sejam respeitadas. Para mitigar esse problema, as Organizações Não Governamentais, por meio de projetos que forneçam aos indivíduos expostos à essa situação, cursos, aulas, mesas redondas que abordem temas pertinentes como direitos essenciais, saúde, educação profissionalizante, a fim de fornecer opções efetivas de mudança nas condições sociais dessa parcela da sociedade e reintegrá-lo em oportunidades com mais direitos e segurança.