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Enviada em: 14/10/2018

É imprescindível salientar que a prostituição no Brasil não é considerado um crime penal e aqueles que se propõem a tal situação estão inclusos nos mandamentos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, o qual os governos brasileiros assinaram, e, portanto, são dignos de liberdade civil, de expressão, de ir e vir e direitos básicos de qualquer outro cidadão. Todavia, na prática, há uma enorme marginalização daqueles que usam o corpo para fins lucrativos, tornando-se mal vistos na sociedade e pelas autoridades. Dessa forma, para entender essa questão, é imperioso notar os fatores que levam a submissão dessa profissão, como a desigualdade social e algumas características, como a violência.        Em uma primeira análise, é válido observar que a desigualdade social é um dos principais precursores da prostituição de milhares de jovens. De acordo com uma pesquisa feita pelo jornal O Globo, cerca de 90% das mulheres entrevistadas Rua Augusta, em São Paulo, dizem estar nessa situação por falta de outras oportunidades de emprego e condições financeiras precárias. Isso ilustra como a desigualdade econômica e social afeta a dinâmica de diversos indivíduos, pois no sistema capitalista o qual o Brasil está inserido, onde poucos têm muito e muitos têm pouco, as vezes, no desespero, a única solução encontrada para conseguir sobreviver é vendendo o corpo. Assim, é necessário que o Governo invista em projetos educacionais e empregadores que visem tirar as pessoas que estão nessa situação por ausência de oportunidades na sociedade.      Outrossim, prostituição é constituída de situações violentas e discriminatórias por grande parte da comunidade. Num filme brasileiro, chamado Bruna Surfistinha, que narra uma história real, ilustra como realmente ocorre fora das telas de cinema, os casos de agressões físicas e verbais e desrespeito a  esses jovens, normalmente meninas, que usam do corpo para se sustentar. Parafraseando o filósofo Sartre, a violência seja qual for a maneira como ela se manifesta, sempre será uma derrota para ambos os lados, uma vez que não é sinal de força e sim de fraqueza e desespero. Dessa maneira, aqueles que julgam e cometem qualquer tipo de violência a tal parcela da sociedade, demonstra que na realidade é uma pessoa fraca e sem empatia, pois se acha no direito de cometer tais erros e injustiças.        Torna-se evidente, portanto, a necessidade de mudança no cenário social e governamental a respeito da prostituição no Brasil. Para reverter esse quadro, é necessário que o Governo Federal, aliado a ONGs, invista em projetos que ofereçam melhores qualidades de vida e oportunidade para tal parcela social. Tal ação pode ser feita com a criação de cursos profissionalizantes com profissionais voluntários de ONGs que destinem ao aprimoramento intelectual e ressocialização dessas pessoas. Essa medida visa oferecer aos jovens nessa situação outras e melhores oportunidades no meio social.