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Enviada em: 21/10/2018

Na obra cinematográfica “Uma linda mulher” é retratada a história de amor entre uma prostituta e um poderoso empresário, no qual esse sentimento ultrapassou qualquer empecilho advindo da profissão da personagem. No entanto, fora de um roteiro romantizado, a prostituição, no Brasil, traz problemáticas desde o seu início, o que torna a vida de quem a pratica tomada de medo e preconceito. Diante disso, valida-se a reflexão acerca da prostituição no país como marcada por uma herança sociocultural e religiosa, bem como originada pela vulnerabilidade social e econômica.       Em primeira análise, o julgamento ao indivíduo que vive de prostituição no Brasil é feito, muitas vezes, por uma herança sociocultural e religiosa. Nessa perspectiva, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase 90% da população considera-se cristã e, segundo os segmentos que regem a crença, é sugerido que a prostituição é um ato pecaminoso. Essa informação corrobora a ideia de que os praticantes dessa ação possuem uma falha de caráter e, por esse motivo, torna a parcela social praticante alvo de discriminação. Em vista disso, fica evidente que, os laços da antiguidade ainda permanecem na sociedade quanto ao comércio do próprio corpo, fazendo persistir a marginalização da prática.       Em segunda análise, além da carga sociocultural e religiosa, a prostituição no país tem a sua maior motivação a vulnerabilidade social e econômica. Nesse ínterim, segundo levantamento da Fundação Mineira de Educação e Cultura (FUMEC), quase metade das garotas de programa não tem ensino médio, possuem filhos e se veem sem perspectiva de uma opção diferente para sustentar a família. Tal problemática intensifica ainda mais a situação de desemprego e ausência de uma profissão entre essas pessoas. Destarte, é explícito que, quando um cidadão não obtém os meios para ter uma vida digna, como educação e emprego, esses acabam por recorrer a trabalhos não legalizados, a exemplo da prostituição.       Depreende-se, portanto, que a prostituição no Brasil tem sua gênese em problemáticas que precisam ser sanadas. Assim, é necessário que o Governo, por meio do Ministério da Educação (MEC), inclua na grade curricular, das matérias de história e geografia, temáticas acerca da origem dos trabalhos marginalizados no território, incluindo a prostituição, visando a educação social e o respeito entre os indivíduos. Ainda assim, é preciso que a mesma entidade invista na ampliação dos programas de educação básica aos adultos, bem como o oferecimento de cursos profissionalizantes, com o intuito de ampliar as possibilidades de emprego e garantir uma vida digna aos mais vulneráveis à prostituição.