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Enviada em: 15/10/2018

Marginalizadas       Popularmente conhecida como "a profissão mais atinga do mundo", desde 2002 a prostituição é reconhecida pelo Ministério do Trabalho como ocupação profissional. Apesar de autenticada, tal profissão, ocasionada pela desigualdade social, não é regulamentada. Esse fato que corrobora para a marginalização desse grupo, sobretudo composto por mulheres. Torna-se paradoxal, logo, uma atitude indiferente do Governo e a mídia diante dessa temática.      Em princípio, é necessário entender como a desigualdade socioeconômica atua nessa temática. Nesse ínterim, segundo dados da Fundação Mineira de Educação e Cultura, 50% das mulheres que se prostituem não concluíram o Ensino Médio e 70% não possuem profissionalização. Tais dados mostram que cobrar serviços sexuais está ligado à falta de qualificação profissional, que não permite essas mulheres terem renda para se sustentar. Elas buscam, portanto, a prostituição como forma de complementar o salário que lhes falta.      Outrossim, a falta de uma regulamentação da profissão contribui para o seu preconceito. Nesse contexto, segundo o sociólogo Pierre Bordieu, a sociedade participa de um ciclo vicioso de reprodução e incorporação de estruturas padronizantes. Dentro dessa lógica, a prostituição, apesar de existir desde a Grécia Antiga, foi vista durante um grande período da história como um exercício imoral, perdurando esse pensamento através dos séculos até os dias atuais. Por consequência, além de não possuírem direitos trabalhistas por não serem consideradas praticantes de uma atividade legítima, as prostitutas tornam-se suscetíveis à marginalização e à discriminação por uma parte da esfera social.       Fica evidente, portanto, que a vulnerabilidade socioeconômica faz com que muitas mulheres recorram à prostituição como forma de emprego e raízes ideológicas impedem que a profissão seja lícita. Primeiramente, é mister que o Governo, através do Poder Legislativo, reconheça oficialmente as profissionais do sexo e assegure seus direitos trabalhistas. Paralelamente, a mídia, com seu papel de formar opiniões críticas, deve vincular campanhas publicitárias e produzir ficções com a temática, para que ela seja tratada na sociedade com naturalização. Assim, a marginalização da prostituição poderá, aos poucos, ser superada.