Materiais:
Enviada em: 22/10/2018

Uma "profissão" degradante               Segundo Platão, "o que mais importa não é viver, mas viver bem". Entretanto, essa não é a realidade de muitas pessoas que vivem da prostituição em busca de melhores condições de vida. Tal atividade acarreta graves problemas a quem a pratica como agressões físicas e psicológicas, bem como exploração sexual por agenciadores, o que constitui um ato criminal.                  Convém salientar, que a Fundação Mineira de Educação e Cultura (FUMEC) estima que no Brasil há mais de 1 milhão de pessoas em situação de prostituição. As desigualdades sociais, o aumento das taxas de desemprego e a facilidade em obter dinheiro, abrem espaço para essa "profissão". Outrossim, no intuito de conseguir recursos financeiros para sobreviver, a própria família incentiva suas crianças a se prostituírem muito cedo, o que contribui para o aumento de problemas relacionados ao abuso de menores, propagação de doenças sexualmente transmissíveis, gravidez precoce, aumento dos casos de aborto, além de distúrbios psicológicos irreversíveis.                    Cabe ressaltar, também, que em um estudo realizado pela Associação das Profissionais do Sexo no Estado do Piauí, revelou que 61% dessas mulheres sofrem com agressões psicológicas, 30% com agressões físicas e 9% com agressão sexual. Essas estatísticas sugerem ser resultado de uma sociedade com características machistas e preconceituosa procedente de suas origens, pelo fato dessa parcela subjugada da população ser marginalizada e discriminada. Ademais, muitas dessas figuras femininas são exploradas por agentes que valem-se dos lucros dessas vítimas, todavia, tal atividade é prevista pelo Código Penal como um crime de habitualidade, que consiste em tirar proveito da prostituição alheia.                     Diante do exposto, entende-se a real necessidade de ações governamentais capazes de reverter as disparidades sociais no país, por meio de investimentos em localidades periféricas desprovidas de recursos básicos. Portanto, os dirigentes públicos devem construir escolas, disponibilizar cursos profissionalizantes, incentivar o esporte, a arte e a cultura e preparar professores, a fim de promover uma formação adequada e impedir que crianças, jovens e mulheres tenham que procurar fontes de renda alternativas que ferem sua dignidade e segurança. Afinal, como o pedagogo Paulo Freire já disse, "a educação transforma pessoas e essas mudam o mundo".