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Enviada em: 30/04/2018

O mal pela raiz        A abolição da escravatura no Brasil completa, em 2018, 130 anos, porém seus reflexos ainda estão presentes na sociedade. Conforme o cientista contemporâneo Albert Einstein “é mais fácil desintegrar um átomo que um preconceito enraizado”. Nesse contexto, apesar dos avanços em busca da equidade, ainda é escassa a representatividade afrodescendente nos cargos de liderança empresarial. Além disso, a despeito da miscigenação étnica nacional, a discriminação contra os negros faz parte da realidade nacional.        Em primeiro lugar, a lei de cotas raciais nas universidades buscou cobrir os prejuízos históricos experimentados por esses indivíduos, porém eles continuam sendo minoria nos altos cargos públicos e privados. Um estudo divulgado pelo jornal O Globo, em 2016, informou que apenas 5% dos cargos executivos, das 500 maiores empresas brasileiras, são ocupados por negros. Esse aspecto discrepante também pode ser observado nas telenovelas, em que os protagonistas, na maioria das vezes, são os brancos. Assim como é possível fragmentar um átomo, com a atual tecnologia, deve-se buscar pulverizar o preconceito velado.        Ademais, o julgamento pela cor ainda é evidente. Com frequência há relatos de que jovens negros são mais revistados pela polícia do que os demais. Conforme notícia publicada no site Carta Capital, em 2017, cerca de 64% dos encarcerados possuem a pele escura. Esse também é uma cicatriz histórica, visto que após a abolição não foram garantidas as condições mínimas de moradia e trabalho, para que esses indivíduos pudessem se desenvolver com dignidade, resultando na atual desigualdade social.        Deve-se, portanto, adotar mecanismos para combater os estigmas e garantir a verdadeira igualdade de direitos. Cabe ao Ministério do Trabalho criar leis de incentivo à contratação e promoção de funcionários negros, assim como já é realizado nas universidades, a fim de que as oportunidades sejam mais equilibradas. A mídia, devido ao seu papel formador de opinião, deve diversificar seu quadro de atores, escalando afrodescendentes, com maior frequência, para os papéis principais, para que toda a população se veja representada e emponderada. Dessa maneira, será possível semear o respeito à diversidade e caminhar para a extinção da injustiça social.