Na literatura de " O cortiço" Aluízio de Azevedo, a personagem mestiça Rita baiana se vê como um humano de uma raça inferior em uma cultura tendente ao fracasso. Apesar das políticas publicas de mitigação do racismo , tal pensamento, ainda que implícito na sociedade, é ainda vigente no cenário brasileiro da atualidade. Em primeiro lugar, é evidente que as políticas públicas atuais não são capazes de mitigar o racismo desde a infância. Conforme a coordenadora pedagógica Carla Lopes da escola municipal professor Souza da Silveira,a programação do dia da Consciência negra é desafiante de sair do papel , apesar da lei 10.639 que obriga sua aplicação a partir de 2014, pois falta matéria nas escolas , preparação dos professores e boa recepção dos alunos. Os alunos costumam reclamar muito das atividades , vendo um cenário de despreparo da escola para abordar um assunto de que eles têm repulsa natural. Por outro lado , é relevante que se a ignorância sobre a cultura negra brasileira persiste até a vida adulta , muitos indivíduos continuaram a cultivar tal pensamento. Segundo Platão, o sábio é o único capaz de libertar-se das amarras que o obrigam a ver apenas sombras. De maneira analógica, os indivíduos que não buscam conhecimento sobre o diferente , vão oprimi-lo através das falsas imagens. Isso aconteceu em 2014, o Juiz Federal Eugênio Araújo decidiu que “as manifestações religiosas afro-brasileiras não se constituem em religiões”. Portanto , fica claro que o racismo ainda não foi mitificado por completo no Brasil. Convém que o Ministério da Educação, com as escolas , crie um projeto de valorização da cultura afro-brasileiro. O MEC deve preparar os professores para ensinar a valorização da beleza negra e indígena. Esses profissionais deve programar atividades em grupos com a temática racial , com apoio de materiais didáticos adaptados e com visitas de autoridades sobre a cultura afrobrasileira no critério religioso e histórico. Assim, Rita baiana não se veria como humano da raça inferior.