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Enviada em: 25/02/2018

"Para que me por no tronco? Para que me aleijar? Eu juro a vosmecê que nunca vi Sinhá. Porque me faz tão mal com olhos tão azuis?". A música Sinhá, cantada por Chico Buarque, revela a situação do escravo no Brasil escravocrata. Negro, trabalhador, sem direitos, oprimido e que apesar de todo racismo chamou a atenção de uma mulher branca. Motivo pelo qual fora severamente castigado. Infelizmente, a situação desse personagem do passado não é tão diferente quanto a realidade de milhões de brasileiros que continuam sendo inferiorizados por sua cor. Trata-se de um problema enraizado, visto que são agravados pelas mídias e pelo falseamento de informações estatísticas.                    O capitalismo mercantilista, definitivamente, abriu as portas para a globalização moderna, mas, paralelamente, a cultura europeia etnocentrica deixava suas raizes por todas as suas colônias. Esse comportamento está explícito nas novelas, que exibem suas cotas raciais aonde a maoria dos elencos é branca, nos produtos de beleza com suas modelos perfeitas de olhos claros e cabelos lisos. Até em caixas de brinquedos, nota-se uma maioria de crianças de pele mais clara. O que é ainda mais intrigante é a relação entre as pessoas e esses produtos. Elas, por mais absurdo que pareça, identificam-se com o produto e acabam alimentando esse mercado tendencioso.                 O  fato é: as pessoas tem preconceito com a própria cor.  Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a maioria das pessoas são brancas no país. Esse fato curioso, parece não retratar com fidelidade a população brasileira. O principal critério de levantamento desses dados é a autodeclaração, aonde o método para a avaliação é a própria opinião. O brasileiro, devido ao histórico nacional, tem vergonha de assumir sua pigmentação por acreditar que isso lhe traga alguma desvantagem. Embora, também, ocorram casos em que brancos declaram-se negros para garantirem vantagens em programas de cotas.                Dessa forma, é perceptível a necessidade dessas minorias serem reconhecidas não apenas dentro seu espaço, mas também fora deles. Passando a ter seu próprio valor perante à sociedade, mesmo que atualmente as condições para isso não sejam favoráveis. Então, Medidas expressivas por parte do MRH (Ministério dos Recursos Humanos), através dos canais de comunicação e meios publicitários, conscientizando a população sobre a importância da coleta de dados feitas pelo IBGE seria de enorme impacto na sociedade. Com esses dados coletados de forma correta seria possível um melhor planejamento e, consequentemente, melhores resultados em cada região. Assim, através da informação, as pessoas seriam tratadas como iguais da forma como é exigida pela lei.