Materiais:
Enviada em: 25/02/2018

A questão do preconceito racial está relacionada a fatos históricos e socioculturais por muitos ainda não superados. Embora a ciência já tenha demonstrado que inexiste qualquer fator de superioridade entre "raças", a discriminação da pessoa negra ainda é uma realidade no Brasil e no mundo. Trata-se de uma mentalidade antiquada e incompatível com o que se espera da sociedade do século XXI. Durante muito tempo se acreditou na supremacia do homem branco europeu. Esse pensamento foi trazido ao Brasil pelo colonizador português que, com base nessa premissa, condenou mulheres e homens africanos à escravidão nos engenhos de açúcar. Havia também quem justificasse o regime escravista no fato de Cam, considerado o pai dos povos africanos, ter sido amaldiçoado por seu pai, Noé, ainda no Gênesis, como retratado por Castro Alves em "Vozes d'Africa". Atualmente existem mecanismos que visam coibir o racismo: a injúria racial é considerada crime e há reserva de vagas para negros em universidades e concursos públicos. Ainda assim, nota-se que a população negra continua estigmatizada, posta à margem e sofre com a desigualdade de oportunidades, quando comparada à branca. Segundo pesquisas, mulheres negras são maioria na categoria de trabalho doméstico e têm os piores salários, além de a expectativa de vida do negro ser menor do que a do branco, por causa da violência. Nelson Mandela afirmou que o ódio decorrente da cor da pele é aprendido, assim como o amor pode ser ensinado. A solução da realidade racista, portanto, ultrapassa a existência de ações afirmativas. Devem ser realizadas campanhas de conscientização na base da sociedade, ou seja, com crianças e adolescentes, nas escolas. É papel do Ministério da Educação capacitar profissionais e educadores que possam promover palestras neste sentido. Aliado a isso, deve também o Ministério da Cultura aumentar a divulgação de eventos que promovam a cultura negra, a fim de que ela se torne conhecida e respeitada.