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Enviada em: 11/06/2017

A aposentadoria com dignidade, após uma vida inteira de trabalho, torna-se cada vez mais uma utopia no estado de direito brasileiro. A  previdência social, rotulada pela propaganda oficial como falida ou prestes a implodir, reflete na população trabalhadora e contribuinte do sistema a insegurança sobre o futuro do benefício, já que a incapacidade de gestão e a parcialidade governamental foram incapazes de prover preceitos constitucionais do setor.    Isto posto, precisamos relembrar que toda vez que o assunto foi colocado em pauta, sempre foi discutido pelo viés da classe trabalhadora. As contribuições tem seus valores onerados, o tempo e idade minimas são acrescidos e os valores do benefício final são rebaixados. Não entram no cálculo do déficit anunciado a ausência de repasse destas contribuições à previdência, apesar de terem sido descontadas dos salários, por parte dos empregadores públicos e privados. No mesmo instante em que se fala de tantos sacrifícios para o setor produtivo, divulga-se o parcelamento do valor devido; e até mesmo o perdão, para a dívida do setor patronal. Importante salientar que este último além da apropriação indébita sobre os valores descontados dos empregados, também deixa de repassar sua própria parcela aos cofres do INSS. Destas constatações é que vê-se surgir dentro da maioria absoluta da população uma dúvida sobre a real origem do rombo da previdência social.      Desta forma, não sendo mais possível prever o futuro quanto a materialidade da aposentadoria, a sociedade assiste mais uma vez, uma reforma que só protege realmente os mais abastados e aumenta o calvário das classes média e de baixa renda. O que dizer também da legitimidade de um governo - Executivo e Legislativo - cada vez mais comprometido com investigações sobre corrupção e sem sustentação popular, ser o comandante de uma reforma que define o futuro da grande massa de homens e mulheres urbanos e rurais do Brasil. Esta incapacidade fica clara na urgência em levar adiante as discussões, sem o tempo mínimo para uma ampla e irrestrita consulta a sociedade organizada e aos setores envolvidos, como se este passo fosse completamente descartável.      Enfim, como podemos conceber analisar de forma uniforme todo o vasto território brasileiro e seu conglomerado de situações sociais. Percebe-se que a forma de agir deixa a entender que a aristocracia podre que sempre governou nosso país, acelera suas intenções para manter-se viva, enquanto sufoca mais uma vez o futuro de quem realmente importa. O suor de todos os trabalhadores mais uma vez inundará nosso solo, só que desta vez até a última gota de vida.