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Enviada em: 16/06/2017

O Brasil está passando por uma fase de transição demográfica que tem como resultado a estabilização da comunidade devido ao pequeno crescimento vegetativo, por um lado, há a diminuição do número de nascimentos e consequentemente de jovens para ingressar no mercado de trabalho, por outro, o crescente número de idosos. Considerando esses acontecimentos, evidencia-se a necessidade de se pensar em um futuro déficit no sistema previdenciário e em uma reforma cautelosa dele.        O jornal "The Economist" afirmou em uma publicação que o seguro social brasileiro é uma "generosidade geriátrica", pois muito dinheiro é vinculado a esse benefício e os trabalhadores se aposentam muito cedo. Além disso, com a crise que o país vem sofrendo desde 2015, a alta taxa de desemprego e principalmente o resultado da passagem para a quarta fase da dinâmica demográfica, ocasionarão, a longo prazo, a inversão da pirâmide que sustenta a tal bonificação. Os aposentados que eram o vértice dela se tornarão a base e a arrecadação insuficiente, o que demanda uma remodelação, já lançada ao congresso pelo governo Temer.        No entanto, muitas pessoas, inclusive economistas, a consideram draconiana, haja vista a mudança no tempo de contribuição, o qual os cidadãos estarão submetidos e a fixação de 65 anos como idade mínima para a aposentadoria, o que não condiz com a realidade brasileira. Essa idade, segundo dados do IBGE, se aproxima muito da expectativa de vida de alguns estados e da área rural, onde o trabalho é muito árduo, sendo assim, muitos trabalhadores não conseguiriam se aposentar. Vale ressaltar que na Europa a maioria dos países têm sua regulamentação da previdência, inclusive à Dinamarca, país muito igualitário, precisa impor algumas regras para a adequada organização desse bônus social.         Faz-se imprescindível, portanto, uma reforma previdenciária planejada, gradual e que seja aplicada de imediato, pois como diz Mário Quintana em um de seus poemas, o tempo é precioso. Logo, o Ministério da Fazenda em consonância com o da Previdência Social, poderiam realizar o plano de mudanças, aumentando periodicamente o período de contribuição e a idade fixada para a concessão de aposentadoria, de forma a não surpreender tanto os brasileiros. Outrossim, seria aplicar as mesmas de formas diferentes nos estados, em razão da divergência entre as expectativas de vida entre, por exemplo, Santa Catarina e Maranhão. Mostrar para toda a comunidade a importância disso, traria, possivelmente, uma maior aceitação do processo, o que poderia ser feito com o auxílio do Ministério da Educação, por meio das escolas, rádio e televisão, além de debates para que a voz da maioria seja ouvida e atendida, como condiz na democracia.