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Enviada em: 14/06/2017

Aposentadoria utópica        Manuel Bandeira, em seu poema "Motivo", usa da metalinguagem para versar sobre o desalento vivenciado por ele no momento de escrever. Isto posto, pode-se comparar este desencanto ao sentimento da sociedade diante da reforma previdenciária brasileira, uma vez que tal medida beneficia os banqueiros e salienta o preconceito de gênero.       A reforma prevê uma diminuição drástica no valor da aposentadoria, aumento no tempo de contribuição e na idade mínima para se aposentar. Desse modo, os banqueiros enxergam nesse cenário um mercado promissor, pois as pessoas só se sentirão encorajadas a adquirir um sistema de previdência privada se a previdência pública for destruída, já que as regras de acesso se tornarão praticamente impossíveis de serem alcançadas, fazendo com que a sociedade desacredite de tal sistema e tenha medo da falta de proteção na velhice.      Ademais, a nova previdência propõe que a idade de aposentadoria para homens e mulheres seja a mesma. Entretanto, a regra diferenciada de idade reconhece o preconceito de gênero que ocorre no trabalho, a baixa participação dos homens no serviço doméstico, a dupla jornada da mulher e tenta recompensá-la pela sobrecarga de trabalho. Logo, esta proposta acaba com mecanismos que visam compensar minimamente a mulher pelas inúmeras injustiças sofridas ao longo da sua vida profissional.       Infere-se portanto, que a reforma previdenciária afeta a sociedade num prisma econômico e também social. Por isso, o Governo deve fazer valer o direito democrático do cidadão elucidando as propostas da reforma e conduzindo tal medida a voto popular, já que a população é o alvo principal dessas mudanças. Somado a isso, a escola, que tem papel fundamental na formação de indivíduos, deve por meio de disciplinas sociais demonstrar que ambos os gêneros podem realizar os mesmo trabalhos, afim de cessar o pensamento machista. Dessa maneira, a problemática poderá ser resolvida de modo justo e civil.