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Enviada em: 15/06/2017

Betinho, sociólogo e ativista dos direitos humanos do século XX, pregava, em sua ideologia, a mudança de um país por meio de sua cultura, não por sua economia ou política. Sob tal ótica, a questão da reforma previdenciária no Brasil possui problemáticas de cunho cultural, além de ser impulsionada pela justificativa, segundo o Governo Federal, do aumento dos gastos previdenciários. Com isso, dentre os diversos aspectos polemizados, destaca-se a relação da reforma com o rombo socioeconômico, bem como a dupla jornada feminina.        Mormente, o aumento da expectativa de vida e a diminuição dos índices de natalidade caracterizam as modificações ocorridas nos últimos anos na pirâmide etária. Sendo assim, o crescente envelhecimento, somado a perceptível carência de mão de obra industrial, aumentam a demanda de aposentadoria, o que resulta na negativação do saldo previdenciário e num grande rombo socioeconômico com tendências a crescer gradativamente. Além disso, a expectativa de vida é desigual nas regiões do país, o que indica a disparidade das cidades do Brasil, provenientes de suas histórias locais, bem como suas respectivas condições de saúde e educação.          Nessa perspectiva, uma das medidas adotadas pela reforma discutida é a igualitária idade mínima, de 65 anos, para a aposentadoria, tanto para homens, quanto para mulheres. No entanto, um fato cultural desprezado é a dupla jornada feminina, consolidada principalmente na ideologia de gênero. Assim, apesar da inserção da mulher no mercado de trabalho desde a segunda guerra mundial, um dos principais motivos para a diminuição da natalidade, e ascensão do empoderamento, a imposição social quanto as responsabilidades doméstica e materna ainda existe sobre ela.           Infere-se, portanto, que impasses são necessários para a resolução da problemática apresentada. Logo, o Governo Federal, que possui o poder de direção do Brasil, deve criar mecanismos para transferir a fonte de financiamento do sistema, de base salarial, para taxação de patrimônio, riqueza e produtividade, o que abriria meios de valorizar a cultura nacional; trabalhar na melhor distribuição de renda e proteção social, a fim de minimizar as disparidades inter-regionais. Outro agente é o Ministério da Educação, que deve trabalhar com incentivos acadêmicos para os jovens, no que tange a preparação para uma carreira profissional de sucesso. Ademais, a mídia deve usar de campanhas e propagandas que confiram maior liberdade social para as mulheres. Dessa forma, mediante a fórmula de Betinho, as mudanças serão eficazes.