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Enviada em: 17/06/2017

Nos séculos XVII e XVIII o Brasil passou por uma série de revoltas. A concorrência dos Holandeses no mercado açucareiro junto com a diminuição da prospecção de ouro nas minas enfraqueceu a receita da coroa. A corte continuava desperdiçando recursos na manutenção da estrutura monárquica e em acordos comerciais duvidosos. Desta forma, foram criados apertos fiscais á colonia gerando insatisfação popular. De volta ao século XXI, é divulgado pelo governo um deficit no INSS em que o trabalhador pagará com o seu tempo de vida, pois precisará contribuir mais. Por isso é necessário que se discuta o planejamento previdenciário e, desta vez, quem realmente terá de pagar esta conta.  É importante observar que as empresas possuem grande responsabilidade na criação do buraco nas finanças da previdência e não se deve somente penalizar a população. Isto porque, o imposto referente ao beneficio já é retido na folha de pagamento, ou seja, impossível de sonegar. Já de acordo com dados de 2015 do Ministério da Fazenda, somente 500 empresas devem mais de R$ 390 bilhões aos cofres públicos. Também é notável o processo de criação do projeto de reforma e a maneira de sua tramitação pelo Congresso Nacional. A exclusão do dialogo com a sociedade, mesmo frente ás ondas de protestos por todo o território, mostra o interesse da atual gestão politica em impor os interesses do empresariado. Mesmo com reprovação de 56% dos brasileiros a proposta, conforme levantado pelo SPC, um governo que se diz democrático continua não se importando com a opinião do seu povo.  Ressalta-se ainda que o planejamento do estado era permitir o eminente colapso do pagamento das aposentadorias. Assim estava montando o cenário ideal, já que, "nestes momentos de crise se apela para a necessidade de união da nação e se compreenda a justificativa de reformas" conforme explica a jornalista Naomi Klein do The Intercept. A conjectura indica que o estado procurará entregar aos bancos os assegurados do INSS. Neste primeiro momento notasse o trabalho para mostrar a incapacidade do órgão em continuar gerindo as aposentadorias. Após isto, dado que dificilmente uma pessoa conseguirá se aposentar com o modelo proposto, será oferecido a opção da contribuição que terminará por comprometer totalmente o beneficio. Este mesmo modelo foi utilizado em outros países, como o Chile.  Está claro que novamente, como nos séculos anteriores, um cenário de forte insatisfação popular está sendo criado. Desta forma torna-se necessário que os diversos setores da sociedade sejam chamados ao Congresso para debater sobre as mudanças do sistema previdenciário. Também é preciso fazer através do judiciário a execução da divida dessas empresas que cobrirá totalmente a divida do INSS. Para as gerações futuras será preciso criar uma tributação progressiva de acordo com o faturamento das empresas.  A sociedade não pode permitir que mais uma vez seja cobrada por desvios do Estado.