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Enviada em: 18/06/2017

Apesar de viver no Brasil, desde a promulgação da Constituição de 1988, um período de ampliação dos direitos individuais, as reformas no sistema previdenciário, se colocadas de forma homogênea em uma população heterogênea, violam os benefícios conquistados pelos idosos. Notar a promoção de práticas, com vistas às reformas nas regras de aposentadoria, que prejudicam o exercício da cidadania, dá caráter urgente a esse tema, analisando-se aspectos humanísticos e territoriais.     Em primeiro lugar, quando Kant afirma que "o homem é aquilo que a educação faz dele" ratifica a importância do caráter didático, definindo os atos do indivíduo em sociedade. A partir desse pressuposto, prevê-se que, em um modelo produtivo em que a acumulação de capital é fator de diferenciação e inserção social, parte da população discrimine o idoso por não integrar-se totalmente a esse sistema. Assim, facilita-se a implantação de medidas que desrespeitem a cidadania dos aposentados.   Outrossim, a tentativa de homogeneizar um país com dimensões continentais fere os direitos dessa minoria e desrespeita regiões com baixa expectativa de vida. A necessidade de reformas, em um sistema previdenciário que gera grandes déficits, é evidente, entretanto, é utópico utilizar regras iguais em uma nação heterogênea, já que, por exemplo, a longevidade da Região Sul difere absurdamente da Região Norte. Desse jeito, faz-se necessário a utilização do conceito de equidade na elaboração de normas da aposentadoria brasileira.       Fica evidente, portanto, a necessidade de criar um sistema que respeite as disparidades regionais, com vistas à isonomia na qualidade de vida da terceira idade. O Estado deve propor um sistema previdenciário, com a participação da sociedade, que respeite a heterogeneidade do território, a fim de garantir a manutenção de direitos. À mídia cabe o papel de veicular debates e propagandas que engajem o respeito aos idosos, buscando-se promover a empatia entre os cidadãos. Dessa forma, construir-se-á, gradativamente, uma nação mais justa e equânime.