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Enviada em: 21/04/2018

Conforme dados da agência inglesa Moody's, o lucro obtido por meio das olimpíadas de 2016 ocorridas no Brasil, foi quatro vezes maior que o valor investido para a sua realização. Todavia, os aclamados “legados positivos” desse evento esportivo são duvidosos, visto que os privilégios financeiros previstos não abrangem todos os estados brasileiros, nem priorizam a população como alvo desses benefícios.   É inegável que sediar os jogos olímpicos no país pode aumentar o movimento turístico, o intercâmbio cultural e, pode, ainda, promover um importante avanço na infraestrutura urbana de determinados locais. No entanto, esse progresso é limitado às cidades-sede e procura atender, primordialmente, aos interesses da elite. Essa problemática realidade é prova de que, assim como no período regencial do Brasil, os governantes continuam constituindo “leis para inglês ver”, deixando para cumprir as normas apenas quando desejam que o país seja bem visto perante os estrangeiros.  Segundo Karl Marx, a alienação pode ser vista como um estado de “cegueira” do indivíduo em relação aos problemas sociais. Assim, nota-se que o exacerbado valor que o governo e a população dão aos eventos esportivos em detrimento da educação, faz com que as pessoas sejam tomadas por uma euforia acrítica extremamente prejudicial. Isso se explica porque o desinteresse pelo conhecimento escolar empobrece e marginaliza os indivíduos, gerando um ciclo permanente de desigualdade social. Logo, conclui-se que investir na educação é priorizar a população, enquanto preferir gastar bilhões na construção de estádios olímpicos e obras desnecessárias é dar continuidade ao caos social. Outra preocupante situação é que embora as grandes competições esportivas possam dar oportunidade de trabalho à milhares de brasileiros, esses vínculos empregatícios são provisórios e geram uma grande taxa de desempregados após a conclusão das construções civis. Isso evidencia que pelo menos boa parte dos que promovem tais eventos pouco se importam com a vida após as olimpíadas dos que trabalham exaustivamente para que ela aconteça.  Em decorrência dos fatos mencionados, é necessário que os legados das Olimpíadas passem a ser positivos e duradouros. Portanto, para que isso aconteça, é primordial que a mídia, aliada ao Ministério de Educação promova campanhas que vinculem de forma enfática e recreativa as formas de evitar a  desvalorização educacional e a alienação. Além disso, o Ministério de Integração Nacional, junto ao Ministério de Turismo devem se preparar não apenas para obter lucro com os eventos esportivos, mas para distribuir parte dessa finança aos estados brasileiros de modo proporcional à carência econômica de cada local. Além disso, esses mesmos órgãos devem investir na atividade turística, remanejando todos os construtores civis para essa área, a fim de gerar emprego e novas fontes de renda para o país.