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Enviada em: 13/08/2017

Legado Olímpico: A herança que virou problema.  Em meio à maior crise enfrentada pelo país, o Rio de Janeiro recebeu no ano passado os jogos olímpicos. No entanto, a mesma cena vista por outras sedes olímpicas foi reproduzida novamente: o descumprimento das promessas de melhoria na mobilidade urbana, em problemas ambientais e na manutenção das construções feitas para o evento.  Assim como em Londres, Pequim e outras cidades que sediaram o evento, o legado deixado pelo evento mais prestigiado do esporte, foi pouco. O governo do Rio de Janeiro havia declarado estado de calamidade pública a menos de dois meses dos jogos, com um pedido de alerta aos poderes superiores para receber turistas e delegações. Além disso, o prefeito Eduardo Paes, em uma declaração polêmica, afirmou que os problemas de poluição e o surto do Zika vírus, não eram problemas olímpicos, fortalecendo a ideia de que os problemas fora das quadras esportivas nada tinham a ver com o planejamento olímpico.  Ainda que tenham sido feitos planejamentos para aproveitar o investimento astronômico retirados dos cofres públicos, como, a tão sonhada despoluição da Baía de Guanabara, um ano após os jogos, o lixo acumulado no local de disputa das provas aquáticas só aumentou, obras importantes permanecem inacabadas e centros esportivos ficaram sem utilidade nenhuma após o evento. Sendo assim, o legado deixado acabou virando mais um problema público a ser resolvido, sendo objeto das campanhas políticas para as próximas eleições.  Nessa perspectiva, os recursos investidos pelo estado e, consequentemente, pela população, não estão sendo aproveitados. É necessário que o estado do Rio de Janeiro tome providências para concluir os projetos ainda não finalizados e transforme os espaços ociosos em prédios de utilidade pública, como centros de convivência, trazendo atividades culturais e incentivando a prática de atividades físicas. Pode também, transformar os prédios de hospedagem das delegações em hospitais e moradias, resolvendo um grande problema na saúde pública e educação. São necessidades públicas e que necessitam um investimento de adaptação irrisório perto do que foi feito para sediar os jogos.