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Enviada em: 03/09/2017

Em 776 a.c. o maior evento do planeta já acontecia na Grécia antiga: as olimpíadas. Constituía um momento de celebração aos vitoriosos, além disso, propiciava a notoriedade de seu desenvolvimento, desde que era um grande império em ascensão. Hodiernamente, as olimpíadas detêm o mesmo poderio de envolver as sociedades e mostrar a importância do esporte; contudo, os altos investimentos, mas também seu legado tem sido questionado, pois uma parcela enorme da população carece dos recursos destinados às obras.                                                                        Primeiramente, é válido ressaltar que na Grécia antiga somente os cidadãos participavam das competições perpetuando um modelo de segregação histórica, que ultrapassou séculos e culminou na exclusão da maioria populacional no século XXI. Esse fato pode ser observado na condição social que vive os brasileiros, que a partir do início do século XX foram empurrados para as regiões periféricas do Rio de Janeiro, pois não faziam parte do plano de desenvolvimento e modernização da cidade, não tendo, portanto, acessos às condições básicas de sobrevivência humana nem mesmo sabem da importância do “legado olímpico” e seus efeitos sociais. Em segundo plano, é importante ressaltar a má distribuição dos recursos econômicos. Ao andar pelo Rio de Janeiro é fácil perceber que as obras são gigantescas e algumas inacabadas, revelando um contexto paradoxal, pois o espetáculo olímpico não escondeu as mazelas sociais e o asco da violência, descaso educacional e exclusão. Isso é evidenciado no pensamento do sociólogo Émile Durkheim, pois para ele o indivíduo é mais que formador da sociedade, mas seu produto final; contudo parte do contingente populacional brasileiro não forma os parâmetros sociais, nem ao menos tem como garantia os preceitos constitucionais de Bem-Estar Social, configurando uma inversão de valores.       Em suma, é necessário erradicar a segregação e má distribuição econômica no Brasil. Para isso seria conveniente à articulação governamental dos recursos financeiros, bem como utilização das obras olímpicas para promover a inclusão da parcela menos abastada, a fim de propiciar o desenvolvimento e geração de renda. Ademais, é importante a participação de empresas e iniciativa privada realizando debates para discutir a inclusão de jovens nesses parques olímpicos, como forma de retirá-los da rua e oferecer formação esportiva. Nessa premissa, o efetivo diálogo entre crescimento social e governo fará do Brasil um país socialmente melhor, tendo o legado olímpico como sinônimo de desenvolvimento.