Materiais:
Enviada em: 25/09/2017

A realização dos jogos olímpicos no Brasil foi um marco pouco aproveitado para a disseminação das diversas modalidades esportivas apresentadas. Se por um lado foram investidos bilhões de reais tanto em bolsas para atletas quanto em infraestrutura, por outro, apenas uma ínfima parcela da população possui acesso a tais estruturas. A dificuldade de acesso e a falta de elementos motivadores para a prática das diferentes modalidades não favorecem a inclusão social através do esporte.        Apesar do aparente sucesso dos jogos olímpicos divulgado pela mídia, são diversos motivos que tornaram o evento um fracasso no ponto de vista social. Antes dos jogos, a preparação dos atletas se deu principalmente com o auxílio Ministério dos Esporte através da Bolsa Esporte que patrocinou de maneira significativa apenas os atletas já consagrados internacionalmente, de maneira que pouco motivou a formação atletas carentes. Somado a isso, os altos preços dos ingressos fizeram com que somente pessoas com maior poder aquisitivo pudessem desfrutar tudo o que os jogos ofereciam, como acesso aos estádios e competições.        Com o término dos jogos, verificou-se a falta de planejamento tanto para a propagação das diversas modalidades esportivas, quanto para a utilização dos parques esportivos e estádios. É possível perceber, entre os jovens e crianças, que o desejo de ascensão através do esporte voltou a ser quase que exclusivamente através do futebol. Esta polarização esportiva acaba por inibir o encontro de novos talentos e prazeres em outras modalidades. Ademais, as estruturas que aqui ficaram, se tornaram pouco utilizadas devido ao alto custo de manutenção.        Portanto, é necessário que sejam realizados planejamentos mais eficientes para recepção de grandes eventos esportivos, uma vez que estes podem ser utilizados como ferramentas essências na promulgação de modalidades esportivas. Além disso, é preciso buscar alternativas a partir dos erros cometidos com o propósito valorizar ao máximo o legado olímpico. O Ministério dos Esportes, por exemplo, deve reduzir o incentivo para atletas que já possuem patrocinadores privados de forma a remanejar os recursos para os que não possuem condições de se sustentarem através do esporte. As ONGs que promovem práticas esportiva juntamente com estado devem buscar parcerias com as empresas responsáveis pelas estruturas da copa a fim de promover treinamentos e eventos amadores nesses locais. Por fim, as mídias não devem dar destaques apenas para atletas e esportes populares, mas também para aqueles que estão ganhando destaque em suas regiões. Somente assim será possível formar novos campões e aumentar o repertório de medalhas olímpicas em 2020.