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Enviada em: 31/10/2017

“Uma oportunidade perdida.” A frase é de Eduardo Paes, ex-prefeito do Rio de Janeiro, definindo as Olimpíadas de 2016 na cidade. De fato, apesar das inúmeras obras e mudanças na organização carioca, os investimentos em problemas reais, como a educação, a saúde e o meio ambiente, parecem ter ficado de lado. Nesse viés, é importante questionar até que ponto as novidades alcançadas com os megaeventos são, realmente, um legado para o Brasil.    A princípio, é válido destacar que as transformações no país podem, sim, ser bem utilizadas nos próximos anos. Isso porque, com o investimento certo, estádios, parques e apartamentos destinados aos atletas são bons candidatos a novas escolas, hospitais, moradias populares e, é claro, sede de mais eventos. Diversas arenas construídas para a Copa do Mundo de 2014, por exemplo, ainda são utilizados em jogos e shows, promovendo, inclusive, uma integração nacional. Muitos candidatos à prefeitura do Rio de Janeiro, na campanha pós-Olimpíada, discutem a utilização desses locais como centros de treinamento e parques culturais.   Parece, porém, que a prioridade não é aproveitar esses espaços. De acordo com reportagem do Jornal da Globo de 2015, os estádios mais distantes das capitais brasileiras receberam quase nenhum evento depois da Copa. Em outras cidades-sede dos jogos olímpicos, obras importantes estão abandonadas, sem qualquer utilidade. Isso comprova que investimentos de bilhões de reais, que poderiam ser aplicados a outras áreas importantes da cidade e do país, acabam sendo jogados fora em prol de uma visibilidade que não dura mais de um ano.    É possível perceber, portanto, que medidas são necessárias para resolver o impasse. Sendo assim, as empresas podem, em parceria com esse poder público, investir no reaproveitamento dos espaços utilizados nos jogos, festivais e até cerimônias, arrecadando recursos e mantendo os locais ativos. Ademais, a mídia por meio de propagandas pode trabalhar divulgando essas obras e estimulando o turismo.