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Enviada em: 05/10/2018

A invenção de Gutenberg na idade média, a prensa móvel – máquina desenvolvida possibilitando a impressão –, tornou possível significativo aumento na propagação de notícias, viabilizando o alcance de grande número de pessoas. Por conseguinte, a imprensa assumiu seu papel social como veículo informativo, tornando o jornalismo a maior fonte de informação. Entretanto, após o avanço de novas tecnologias, as redes sociais têm assumido papel importante no que tange à comunicação, tendo em vista a possibilidade de grande alcance individual.    Convém ressaltar, a princípio, que, embora a socialização da notícia tenha sido positiva para a democratização do acesso à informação, a aparente letargia no interesse pela comprovação dos fatos veiculados é evidente e extremamente nociva à segurança. Como prova, nos Estados unidos, uma notícia falsa publicada em 1998 alegava que a vacinação poderia causar autismo nas crianças. Tal alegação, ainda que falsa e comprovadamente errônea pela comunidade científica, serviu de base para que milhares de pais se sentissem inseguros em vacinar seus filhos. Em consequência disso, doenças antes erradicadas no país foram reportadas e se põem como uma atual ameaça à saúde.     Outro aspecto da problemática é a frequente ocorrência de difamação intencional, com intuito de prejudicar pessoas físicas ou empresas. É possível o reconhecimento de tais estratégias nas eleições presidenciais no Brasil, visto que, como forma de ataque aos posicionamentos e ideais contrários, notícias que ferem a integridade moral dos candidatos são amplamente divulgadas por pequenas páginas ou perfis privados nas redes sociais. Dessa forma, aliando a informação irreal a títulos sensacionalistas e chocantes, o compartilhamento é numero e tem efeitos quase irreversíveis, dado que a retratação dos candidatos não atinge o mesmo número de pessoas.      Em síntese, depreende-se que medidas são necessárias para a contenção dos efeitos causados por tais informações. Fundamentalmente, o Ministério da Comunicação deve desenvolver campanhas, com jornalistas profissionais exemplificando a importância da comprovação das fontes nas notícias, com a veiculação em rádios, redes sociais e redes de televisão, com o fito de incentivar o compartilhamento somente de páginas e pessoas confiáveis, aconselhando que os cidadãos evitem o sensacionalismo e notícias absurdas. Por conseguinte, será dever social de cada indivíduo a fidedignidade das informações que veicula, assim como o uso da denúncia de propagação de informativos falsos, que será enviada para avaliação da rede social. Com tais medidas, a democratização informativa será efetivada, pontuando mais um importante passo no desenvolvimento da comunicação iniciado pelo legado deixado por Gutenberg.