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Enviada em: 02/10/2017

Na era digital vivida atualmente, um fenômeno vem chamando a atenção das pessoas: as fake news. Mas as notícias falsas não surgiram agora, apenas se potencializaram devido ao surgimento da internet e do alcance que esse mundo virtual proporciona a tudo que é postado nele. Por atingirem proporções mundiais, o controle se torna muito mais difícil e a existência de uma indústria especializada em espalhar boatos contribui para a alienação das pessoas. Dessa forma, evidencia-se que os riscos de compartilhar notícias falsas na esfera virtual são danosos devido à rapidez com que se espalham, ligando, assim, o alerta vermelho para um dos maiores desafios da sociedade contemporânea.      Antes, porém, é fundamental entender a causa que elevou esse problema a um patamar jamais visto. Segundo dados divulgados pela União Internacional das Telecomunicações, órgão vinculado à ONU,  3,2 bilhões de pessoas estão conectadas à internet, enquanto no ano 2000 esse número era de 400 milhões. Ou seja, quase metade da população mundial está exposta a todo tipo de informação falsa compartilhada na rede, o que é um perigo, levando em conta que uma parcela considerável se informa por veículos não especializados em notícias, como redes sociais. O péssimo hábito de acreditar em tudo o que se lê sem checar aumenta a vulnerabilidade de quem navega.      Se aproveitando dessa fragilidade, um grupo conhecido como "Veles boys", de uma pequena cidade da Macedônia, montou sites para publicar informações inverídicas sobre políticos americanos e ganhar dinheiro com publicidade. O que parecia brincadeira resultou na interferência dos rumos da eleição presidencial dos Estados Unidos, onde Donald Trump foi eleito com a ajuda de boatos, deixando claro que as fake news assumiram uma nova função além de simplesmente enganar quem as lê:  a de arma política. Cientes disso, governos autoritários e populistas podem se fazer valer desse método para manipular pessoas e até países inteiros, abrindo um precedente temerário.      Fica claro, portanto, que combater a desinformação é necessário não só para proteger a verdade, como para garantir uma democracia mais efetiva. Para isso, a população deve cobrar do Governo mais investimentos em agências de fact-checking, fortalecendo-as através de subsídios que permitam a contratação de mais especialistas, visando uma cobertura ampla, principalmente nas notícias relacionadas à política, já que interferem diretamente no destino de um país. Aliado a isso, ONGs e escolas podem ensinar à população a consumir notícias de forma responsável, estimulando a checagem em várias fontes diferentes e alertando para o tipo de linguagem usada em uma notícia idônea, fazendo valer, assim, as palavras de Nelson Mandela, que acreditava que "a educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo."