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Enviada em: 02/07/2017

O advento da primeira rede social se deu no fim do século XX com o objetivo de unir amigos de uma universidade. Tal gênese foi o ponto de partida para o surgimento de múltiplas outras já no século XXI, que atuam como principal meio de globalização da informação. Apesar de contribuir para uma rápida comunicação entre indivíduos, as redes sociais são uma grande fonte de informações falsas, que circulam por todos os lugares onde há o acesso à internet e geram problemas para os seus alvos. É evidente que a problemática é atual e contribui com um ciclo infindável de mentiras.         Pensar e raciocinar não são sinônimos, o pensamento é impulsivo, ao contrário do raciocínio que é consciente. O principal problema dos usuários das tecnologias atuais é pensar e não raciocinar. A carência do raciocínio contribui para o imediatismo, que gera o compartilhamento de notícias e afins - geralmente acompanhadas por uma linguagem alarmante - sem a comprovação de uma fonte confiável. Somado ao baixo nível cultural, o imediatismo produz o delírio opinativo, que induz o usuário a fornecer a sua opinião mesmo sem ter conhecimento sobre o conteúdo. Em 2016 o Doutor Drauzio Varella foi um alvo da problemática depois que uma mulher divulgou um vídeo - compartilhado por muitas pessoas - acusando-o falsamente de afirmar que mamografia prejudica a tireoide, essa alegação foi muito grave, afinal, muitas mulheres poderiam parar de fazer mamografias, um importante passo para a descoberta do câncer de mama.          O discurso de ódio é outro transtorno adquirido pelo mau uso de tal meio de comunicação. Publicar um boato falso pode denegrir a imagem de alguém -principalmente alguém famoso- porém é comum atualmente. Ligado a um desejo por reconhecimento e fama, o discurso de ódio se intensifica, e se manifesta através de vídeos no facebook, fotos com textos extensos e comentários ofensivos. Contudo, as redes sociais possuem muitas qualidades, a principal delas é a democratização da informação, mas ainda assim, nem todos possuem essa tecnologia, o que gera exclusão e marginalização de parte da população mundial.            Portanto, fica claro que, precisa existir um certo cuidado com o que se compartilha e cria na rede, afinal, uma brincadeira bem divulgada pode se tornar um processo na justiça. É necessário garantir o raciocínio e o uso consciente da internet pela população, para isso, a escola deve promover debates sobre os perigos desse mau uso e às suas consequências, não apenas morais, mas também judiciais. O Estado deve criar leis firmes de combate às notícias falsas para punir seus criadores. Além disso, deve promover uma ampliação do acesso à internet, a fim de ampliar também o acesso a informação e, em conjunto com as leis, combater o prejudicial ciclo de mentiras.