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Enviada em: 12/07/2017

A geração "rapidinha"       No século XIX, a produção literária, da terceira geração do romantismo com Castro Alves e o realismo com Machado de Assis, já engajava-se em denunciar as mazelas da sociedade. Críticas ao governo eram feitas com linguajar conotativo e os leitores, muitas vezes, eram incitados a pensar para interpretar o que foi escrito. Em contraposição à essa literatura, nos dias de hoje as redes sociais são ambiente para as "fast news" e o seu público prefere notícias que são convergentes com suas emoções, independente da fonte ou veracidade da informação. Essa atitude estimula a falta de pesquisa e de senso crítico, um risco para a atividade de Pesquisa e Desenvolvimento no país.         Basta uma consulta rápida ao Facebook para atualizar-se das últimas manchetes mais lidas e mais compartilhadas nas últimas horas, quanto mais apelativos os títulos das chamadas para a leitura, mais compartilhados e lidos são os textos. Boatos, como o de que havia ratos dentro da garrafa de Coca-Cola, são rapidamente espalhados, pois muitos usuários identificam-se com a ideia de promover boicotes a grandes empresas e consideram-se bem informados, sem mesmo buscar conhecer os investimentos de P&D da empresa, por exemplo.           Percebe-se a formação de indivíduos preguiçosos e crentes de que sabem muito, desestimulando a busca por trabalhos de pesquisa e informação sérios. Grandes jornais, que levam a sério seu trabalho de promover o conhecimento podem sofrer queda no retorno financeiro, gerando um ciclo de cortes nos gastos e, até mesmo, demissões de profissionais sérios.               Portanto, é necessário intervir para que esse comportamento não seja estimulado, principalmente entre as crianças e os jovens, futuros profissionais da informação. Palestras em escolas, alertando a importância de consultas as fontes e veracidades de informação devem ser realizadas por instituições da área, com parceria do governo e o Terceiro Setor.