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Enviada em: 17/08/2017

Império da falácia   No romance "1984", do inglês George Orwell, a informação era constantemente manipulada, para a alienação dos indivíduos. Analogamente, no Brasil contemporâneo, percebe-se que apelos emotivos são mais influentes do que os fatos objetivos, na moldagem da opinião pública. Surge, então, o fenômeno das notícias falsas na era da pós-verdade, causando impactos significativos na sociedade.      A partir da Revolução Técnico-científica, inciada no século XX, assistiu-se ao advento das tecnologias de informação, a exemplo da internet. Por conseguinte, torna-se evidente que o anonimato proporcionado pelo meio virtual é responsável pela proliferação das famigeradas "fake news". A falsa sensação de liberdade resulta em atitudes inconsequentes, por parte dos usuários, como a viralização de fatos inverossímeis e a criação de perfis falsos nas redes sociais - mesmo após a criação do Marco Civil da Internet, o qual estabelece normas de conduta e punições para seus transgressores.   Outrossim, é válido ressaltar a perda do senso crítico diante do diversificado - e excessivo - contingente informacional hodierno. Segundo o sociólogo Georg Simmel, a decodificação de tais estímulos é prejudicada, contribuindo para a intensificação da vida nervosa. As pessoas, por sua vez, tornam-se incapazes de desenvolver um filtro, dificultando a distinção entre fatos verídicos e deturpados. Não por acaso, o termo "pós-verdade" foi eleito, pelo dicionário Oxford, palavra do ano de 2016.   Destarte, torna-se imperiosa a ação do Estado na fiscalização das condutas virtuais, bem como a penalização efetiva de sites e internautas descompromissados com a verdade, segundo o Marco Civil. Ademais, é dever da mídia, aliada às instituições educacionais, promover campanhas de conscientização acerca dos perigos decorrentes de fontes de pesquisa, visando  à neutralidade dos fatos. Por fim, urge que os indivíduos internalizem a necessidade de investigar a veracidade das informações com que entram em contato, impedindo, assim, a perpetuação de falácias.