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Enviada em: 04/09/2017

Durante a Guerra Fria, surgiu um instrumento que, posteriormente, possibilitaria a integração entre pessoas de todo o mundo. Por meio de um clique, uma informação pode ser partilhada e em pouco tempo, visualizada por milhões de pessoas. No entanto, grande parte da sociedade utiliza tal ferramenta de maneira equivocada. Atualmente, a publicação e o compartilhamento de notícias falsas na internet é um impasse no mundo tecnológico. Tal fato é causado pela ausência de senso crítico da população e pode acarretar tragédias e ardilosas acusações.     No ano de 2016, em um contexto de eleições presidenciais estadunidenses, o dicionário Oxford elegeu como palavra do ano o termo composto "pós-verdade". Este, popularizou-se ainda mais com divulgações astuciosas como a criação do Estado Islâmico por Hillary Clinton, a religiosidade de Barack Obama e o apoio de Papa Francisco a candidatura de Donald Trump. A expressão denota o fato do julgamento pessoal de cada indivíduo ser mais importante do que os dados reais na formação de uma opinião pública. No momento em que um internauta se depara com uma manchete que condiz com seu próprio pensamento a informação será mais agradável, como afirma o filósofo Luiz Felipe Pondué. Destarte, com a aprovação do público, a estrutura de um texto jornalístico somado a títulos alarmantes, manchetes chamativas, ausência de pesquisa e verificação da fonte, qualquer um é exposto ao risco de compartilhar uma informação incorreta. Por isso, é necessário o uso do discernimento individual.     Em maio de 2014, Fabiane Maria de Jesus foi vítima de um boato iniciado em uma página do Facebook que denunciava diversas ocorrências policiais na região de Guarujá. A dona de casa fora linchada pelos moradores do bairro de Morrinhos que tiveram sua ação embasada em uma publicação de um retrato falado parecido com Fabiane junto a um texto acusando a mulher da realização de rituais  de magia negra com crianças. Posterior a tragédia, fora dilucidado a ausência de denúncias e de um retrato falado na delegacia local. O caso da senhora é apenas um dos que terminaram em fatalidades.      Diante da principal causa e de um acervo de consequências, é indiscutível a necessidade de uma solução. Cabe ao Ministério da Cultura a criação de documentários veiculados pela mídia com notícias falsas como tema, apresentando assim, suas causas, como pode ser evitada e exemplos de casos reais (como o de Fabiane). Ademais, o Plenário da Câmara deve aprovar o projeto de lei feito pelo deputado Luiz Carlos Hauly que torna crime divulgar e compartilhar notícias equivocadas na Internet, com detenção de dois a oito meses e indenizações de até 4 mil dias-multa. Assim, cada indivíduo passará a criar seu próprio senso crítico diante de números e situações reais expostas pelos documentários e a legislação em relação a esses impasses será ampliada.