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Enviada em: 30/08/2017

Foi-se o tempo em que uma mentira necessitava de 1000 repetições para tornar-se "verdadeira". Na era da pós-verdade, basta um simples compartilhamento com feição de oficialidade nas redes sociais e uma mentira absurda torna-se uma verdade insofismável. Tal dinâmica pode desencadear prejuízos irreversíveis e deve ser veementemente combatida.       É inegável que a engrenagem principal desse processo é a ausência de criticidade da população. A maioria dos usuários das redes sociais leem as notícias sem verificar se a fonte é de confiança e, de forma automática, acabam compartilhando notícias falsas, por estarem as mesmas formatadas como verdadeiras. Nesse sentido, em 2013, boatos sobre o fim do bolsa família foram divulgados nas redes sociais e levaram milhares de pessoas a lotar as agências da Caixa Econômica na tentativa de sacar seus benefícios. Todo o constrangimento poderia ter sido evitado com uma simples verificação da fonte e consulta aos meios oficiais.       Outrossim, o problema avulta-se quando boatos são usados para caluniar ou difamar pessoas. A velocidade assustadora com que a informação é difundida, acaba por gerar sérios riscos à imagem e até mesmo à integridade física e a vida de inocentes, levando a lamentáveis cenas como a ocorrida no interior de São Paulo, quando uma mulher foi assassinada em razão do boato de está praticando bruxaria com crianças.        Ante o exposto, fica evidente que as notícias e boatos falsos, quando combinadas com a dinamicidade das redes sociais, podem desencadear sérias mazelas. O combate a essa lamentável realidade deve ser implementado, primeiramente, nas próprias redes sociais, com o desenvolvimento de programas que identifiquem possíveis notícias falsas e alertem os internautas sobre esse fato. Além disso, as escolas devem assumir um papel de destaque, com a inclusão nos currículos disciplinares de temas relacionados aos perigos do mau uso das redes sociais. Com tais medidas a sociedade poderá assumir uma postura ativa, agindo com criticidade e evitando prejuízos individuais e coletivos.