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Enviada em: 16/09/2017

O compartilhamento de notícias, fatos e boatos é inerente ao ser humano, uma vez que se trata de um ser gregário. Com o desenvolvimento das tecnologias da comunicação tal necessidade é agora suprida de forma mais fácil e rápida em relação ao período em que se dispunha apenas de cartas e jornais, por exemplo. Esse avanço tecnológico criou um meio muito eficaz de propagação: o meio virtual, onde é extremamente simples e rápido publicar notícias falsas e informações confidenciais, resultando em graves consequências sociais e individuais.       Embora oficialmente o papel de transmitir notícias é dos jornalistas, as redes sociais têm interferido em seu trabalho. Uma pesquisa feita no Brasil em agosto de 2016 demonstrou que mais de 70% dos entrevistados usavam o Facebook como principal fonte de notícias, sendo que desses apenas 30% confirmam se elas são verídicas. Esse comportamento gera o efeito de propagação de notícias falsas que comprometem diversos setores sociais, como a saúde e a política por exemplo. Foi o que  aconteceu nos EUA nas eleições presidenciais de 2016, em que as grandes repercussões de notícias falsas sobre os candidatos, segundo especialistas, influenciaram diretamente nos resultados.       Além dos problemas sociais, podem ser gerados danos contra indivíduos. A publicação de um boato sobre uma pessoa específica pode causá-la danos físicos, psicossociais, prejuízos financeiros e morais. Foi o que ocorreu com um casal de fotógrafos este ano no Rio de Janeiro, que foram espancados na rua após serem reconhecidos devido á um boato que circulava em um aplicativo de mensagem dizendo que se tratavam de sequestradores de crianças juntamente com suas fotos, a foto de seu carro e a placa do veículo. Vê-se diante disso que se trata de uma atitude irresponsável, uma vez que enquanto uma pessoa comete o erro, outra está sofrendo consequências de seus atos.       Por conseguinte, é evidente a necessidade da criação de métodos que permitam o uso adequado do ambiente virtual em relação às informações retiradas dele. Para tanto, redes sociais devem dispor de formas de informar sobre a confiabilidade de uma fonte, dando um "selo" de confiabilidade para páginas de informação confiáveis, além de dispor de um espaço de denúncia para os usuários. O poder judiciário deve punir os responsáveis pela notícia falsa ou boato publicado de acordo com o regime penal brasileiro. Instituições educacionais devem estimular o desenvolvimento do senso crítico desde o ensino básico, em que professores, portanto, devem se preparar para discussões acerca de temas sociais e de atualidades, além da organização de debates e palestras.