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Enviada em: 08/09/2017

Nas últimas décadas, houve uma significativa mudança na composição da mídia informativa, transformando o que outrora consistira de revistas e jornais impressos em veículos de informação online. Nesse sentido, a internet tornou-se uma maneira mais rápida e prática de se informar, no entanto, essa praticidade tem seus riscos, já que muitas dessas informações nem sempre correspondem à verdade dos fatos. Desse modo, percebe-se que a divulgação de boatos e mentiras na internet tende a repercutir negativamente na sociedade.        A velha história do `telefone sem fio` nunca foi tão poderosa. A lembrança dessa brincadeira permite a reflexão sobre a confiança que os usuários depositam nas informações virtuais. Isso porque, o desejo por notícias imediatas tende a superar a confirmação da validade das mesmas. Em virtude disso, muitos boatos compartilhados podem causar danos irreparáveis e conduzir pessoas a ações infundadas. Prova disso, foi o caso da dona de casa, Fabiane de Jesus, que apesar de inocente, foi acusada pelas redes sociais de praticar bruxaria e espancada até a morte pelos moradores da cidade de Guarujá. Diante disso, assim como a frase que chega ao final do telefone sem fio se distancia drasticamente da inicial, é nesse contexto que a analogia com as redes sociais se constitui, visto que não se deve acreditar em tudo que é postado, pois são muitas as inverdades e informações distorcidas.       Segundo Robbins, o boato é amplamente utilizado para atender aos interesses pessoais daqueles que o praticam. Desse modo, muitas pessoas preferem se informar somente com notícias que validem o seu ponto de vista, se fechando em zonas de conforto para evitarem controvérsias. Dessa forma, muitos boatos produzidos com teor inverídico podem causar desfechos graves ou prejuízos para a sociedade, principalmente no que se refere à saúde. Em vista disso, são recorrentes as postagens negativas questionando a eficácia e segurança de inúmeras vacinas, comprometendo, inclusive, campanhas de vacinação, devido à baixa adesão. Nesse sentido, percebe-se que a mídia digital potencializa a irresponsabilidade com que  são disseminadas as informações.       Portanto, os impactos negativos causados por falsas notícias são preocupantes e demandam medidas de controle. Nesse viés, a aprovação de uma lei pelo governo que puna os emissores de boatos se faz necessária e urgente. No entanto, para efetivação e aplicação da mesma, é preciso também investir em profissionais e equipamentos tecnológicos que possibilitem a identificação dos autores. Ademais, o Ministério da Educação deve acrescentar nas escolas lições sobre como distinguir as notícias verdadeiras das falsas, para que desde cedo as crianças aprendam os riscos de compartilhá-las, bem como utilizar a mídia digital com responsabilidade.