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Enviada em: 04/10/2017

De acordo com o fato social Exterioridade, proposto por Emile Durkheim, o indivíduo não cria o seu comportamento, mas sim reproduz o que proposto por outrem. Sob tal ótica, a realidade comprova a teoria: milhares de notícias circulam nas redes sociais da internet e são compartilhadas por uma grande parcela da população, disseminando informações que são -em grande parte- falsas. Nesse cenário, é preciso analisar o contexto da internet e os impactos na sociedade.  É sabido que a população brasileira viveu muitos anos sem um verdadeiro conhecimento do que acontecia no país e no mundo, devido a Ditadura Militar, que censurava tudo que não beneficiava esse regime político autoritário. Anos mais tarde, com a retomada da Democracia, essa população atingiu maiores conhecimentos sem repressão, como se tivesse saído da caverna, como sugere Platão em sua teoria. Nessa perspectiva, na atualidade, é notável que uma grande parcela populacional tem acesso à internet, seja por celulares ou por computadores, uma vez que os pontos de acesso a ela existem até mesmo nas ruas, disponibilizados pela prefeitura. Nesse interim, esse contexto é um grande avanço para que todos tenham acesso à informação; no entanto, com a grande facilidade de realizar postagens em redes sociais, a maioria das informações são falsas e adquirem, assustadoramente, grandes proporções com compartilhamentos em diversos países do mundo inteiro.   Segundo a análise de Michel Foucault, o ser humano atua como agente de normalização, ou seja, não há preocupação para com o certo e o errado -se alguma atitude é padrão, logo é normal e aceitável. Paralelamente a isso, o problema da propagação de notícias falsas na internet encaixa-se na teoria filosófica: a população não analisa a veracidade das publicações. Por conseguinte, os impactos são desastrosos, como é o exemplo de receitas caseiras que são ensinadas prometendo curar doenças e acabam prejudicando centenas de pessoas, causando intoxicações e até mortes. Além disso, dados históricos e geográficos mentirosos circulam retirando o lugar de professores e de profissionais que batalham diariamente para ter seus trabalhos reconhecidos, gerando um ciclo de notícias falsas sem fim.  A fim de que aconteçam mudanças, medidas cuidados devem ser tomadas, já que a liberdade é um direito constitucional de todos. Dessa maneira, o Governo Federal deve solicitar às empresas responsáveis pelas redes sociais atitudes para freiar as mentiras, adotando o exemplo do Facebook, que instalou filtros. Ademais, é importante que artigos informativos citem fontes e autores, para que as pessoas tenham maior consciência do que estão lendo e vendo. Assim sendo, com maior cautela e colaboração de todos, a internet ajudará a criar cidadãos pensantes e críticos.