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Enviada em: 24/10/2017

Até o período da Idade Média, o acesso a informações e ao conhecimento era monopolizado pela Igreja, sendo restrito aos monges copistas. Hodiernamente, na era da globalização, a internet abriu espaço para a participação pública na autoria e difusão de conteúdos. Nesse sentido, surgiram as notícias falsas que são utilizadas, principalmente, como ferramentas ideológicas e que contribuem para a banalização da verdade, causando sérios prejuízos à sociedade.       Em primeiro plano, a veiculação de fatos inverídicos se tornou a principal forma de difundir ideologias. No filme distópico “1984”, de George Orwell, o governo controla todo tipo de informação a qual a população tem acesso, com o objetivo de criar uma falsa história e reputação do partido no poder. Sob esse viés, percebe-se que as informações servem como base na formação de opiniões. Dessa forma, com o intuito de influenciar e alavancar posicionamentos sobre os mais diversos assuntos, cria-se as notícias falsas e estas propagam-se rapidamente sem que sejam submetidas a qualquer avaliação crítica por expressarem interesses e ideias defendidas por um determinado público, distorcendo a realidade atual.         Outrossim, cabe salientar também que a manipulação ou criação de fatos leva à desvalorização da verdade. Sendo assim, por exporem exatamente o que uma parcela do público almeja, as chamadas “fake news” ganham mais visibilidade e credibilidade e se sobrepõem até mesmo ao que é verídico, fenômeno que é denominado de a “Era da Pós-verdade”, e gera graves consequências na estruturação da sociedade. Tal qual, observa-se na atribuição da eleição de Donal Trump à presidência dos Estados Unidos, por muitos especialistas, à veiculação de informações incomprovadas de sua adversária Hillary Clinton com relação ao Estado Islâmico.         Infere-se, portanto, que este fruto das interações digitais instantâneas deve ser reprimido sob risco de sérios danos à estrutura social brasileira. Para isso faz-se mister que o Ministério das Comunicações crie parcerias com as principais redes sociais, locais onde há a maior interação popular, para que estas emitam, antes de efetivarem o compartilhamento de “links”, alertas aos usuários orientando-os a verificar a veracidade do que se deseja compartilhar, com o fito de criar uma consciência coletiva de valorização da verdade. Ademais, as mídias mais tradicionais, como telejornais e sites consagrados, devem se valer de sua credibilidade para levar a discussão à tona e alertar o grande público sobre as graves consequências que a publicação de inverdades pode gerar para a coletividade, retratando casos de manipulação ideológica para que se diminua o interesse por histórias mirabolantes. Dessa forma, o país poderá caminhar lentamente rumo à resolução da problemática.