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Enviada em: 25/10/2017

A Era da Informação, com a expansão dos aparatos tecnológicos e suas facilidades representa o nível máximo de evolução das comunicações. Entretanto, a maior difusão de informações no meio virtual não tem sido acompanhada de um comportamento capaz de questionar a veracidade dos conteúdos. Nesse contexto, é preciso analisar como a propagação de notícias falsas impacta a sociedade e a democracia.  A ação de espalhar boatos esteve presente na sociedade desde os tempos mais remotos. Devido a isso Sócrates afirmou, em uma de suas parábolas, que uma informação deve passar por “três peneiras” antes de ser compartilhada, sendo a primeira delas a da verdade. Conduto, a divulgação de notícias falsas se propagou de forma acelerada, por meio da internet, porque as pessoas não checam se o conteúdo recebido é verdadeiro antes de compartilhá-lo. Em decorrência, desses conteúdos inverídicos, pessoas podem ser prejudicas, como por exemplo a dona de casa que foi linchada até a morte em 2014 devido aos boatos divulgados pelas redes sociais.  Ademais, apesar de vivermos em uma sociedade muito mais esclarecida que a de Kant, do século XVIII, muitos indivíduos ainda estão presos na menoridade kantiana ao não buscar pensar criticamente na suposta verdade que lhe é oferecida. Nessa realidade, as chamadas “fake news” se tornaram verdadeiros instrumentos de desinformação com seus objetivos inerentemente manipuladores, usados, muitas vezes, para mudar a opinião pública ou deslegitimar algo ou alguém. Como exemplo, temos as inúmeras notícias de cunho político e conteúdo duvidosos divulgadas no Facebook. Segundo o professor Bart Cammaerts, notícias falsas têm sido usadas para angariar apoio a várias causas políticas e representam uma grave ameaça para as sociedades democráticas, afinal, se prevalece a manipulação dos indivíduos a democracia será comprometida.  É indubitável, portanto, que o fator crucial para inibir a propagação de falsas notícias é a construção de uma sociedade mais crítica. Por essa razão, as redes sociais, como Facebook e Twitter, devem criar um ícone - semelhante ao já existente “curtir”- nos conteúdos divulgados para que os usuários sinalizem quando houver suspeita de conteúdo falso, com o fito de reduzir sua divulgação. Além disso, as instituições democráticas, como o Senado Federal, câmaras e assembleias legislativas devem realizar propagandas que alertem a população sobre os perigos dos conteúdos falsos explicitando, inclusive, as consequências jurídicas de sua divulgação, a fim de incentivar o pensamento crítico dos cidadãos brasileiros.