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Enviada em: 25/10/2017

O período Iluminista, iniciado no século XVIII, teve como destaque a criação da enciclopédia, na qual eram registrados, por escrito, os principais assuntos recorrentes da época. No ambiente globalizado do século XXI, entretanto, essa ferramenta foi substituída pelo meio virtual. Embora a internet seja um grande avanço informacional, a vasta quantidade de informações que não é verídica contrasta com seus benefícios. Nesse contexto, faz-se imperativo discutir acerca da disseminação de falsas notícias.       A princípio, vale pontuar que a associação das redes informacionais com a dependência do lucro corrobora para a propagação de mentiras. Para Adorno e Horkheimer, há nas sociedades globalizadas atuais uma indústria cultural, definida como a relação direta entre conteúdo informacional produzido com o retorno financeiro obtido. Sob esse viés, é perceptível a preferência de popularidade à veracidade. Exemplifica-se a afirmativa, desse modo, por meio de uma notícia divulgada por uma empresa privada, relatando a vacina contra a febre amarela distribuída gratuitamente pelo Estado como fatal, estimulando a sua compra nesse local que se intitula “privado e seguros”.       Ademais, convém ressaltar que a divulgação de informações questionáveis tem potencial para incitar a violência urbana. Comprova-se que boatos são capazes de se propagar do ambiente virtual para o físico e gerar hostilidades por intermédio do caso Fabiane, mulher assassinada em um linchamento, no litoral de São Paulo, após ter sua imagem divulgada na rede social Facebook como suspeita de sequestro infantil. Nesse cenário, é notório a dimensão caótica assumida pelas informações inexatas, tornando-se um risco para a população ao analisar os dados divulgados pelo “BezzFeed”, no qual cerca de 40% dos entrevistados usam apenas as redes sociais como meio de obtenção de informações.       Logo, é incontrovertível que haja equilíbrio entre as notícias divulgadas e a veracidade destas. Para isso, o Poder Legislativo deve atuar e criar uma emenda constitucional que caracterize a divulgação de informações falsas como crime, estabelecendo punições como multas e período de reclusão, conscientizando a população da ilegalidade dessa prática por meio desse ato. Além disso, é preciso que o Ministério da Educação, em parceria com o Ministério da Propaganda, invista em uma educação virtual, repassando valores éticos a serem seguidos, como a necessidade de denunciar pessoas que disseminem menções ilusórias, por meio da divulgação desse conteúdo em canais abertos da televisão, financiados pelo Governo Federal, ensinando a sociedade acerca da importância de conferir as publicações antes de compartilha-las. Ainda, é essencial que as grandes redes sociais, como Facebook, ampliem a política de verificação de publicações, inibindo a postagem dessas caso sejam enganadoras.