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Enviada em: 29/10/2017

Na contemporaneidade, tem-se discutido acerca do compartilhamento de mentiras e boatos na rede virtual no Brasil. Dessa forma, percebe-se que a criação da internet potencializou a disseminação de informações, sejam elas falsas ou verdadeiras. Nesse contexto, há dois fatores que não podem ser negligenciados: o desrespeito ao código penal e a perseguição de pessoas, possivelmente, expostas através de boatos.   Em primeira análise, cabe pontuar que de acordo com o artigo 138 do código penal, é considerado crime promover calúnia contra alguém. Entretanto, apesar de ser um delito, periodicamente, as pessoas compartilham postagens em redes sociais guiadas, sobretudo, pelo título da notícia e não pela sua veracidade. Por conseguinte, nota-se que o conteúdo apelativo abordado por alguns sites tem como principal objetivo a quantidade de visualizações, não se preocupando, portanto, com a reputação das pessoas ou empresas envolvidas.   Além disso, convém frisar que segundo o filósofo Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, a falta de solidez nas relações sociais, políticas e econômicas é característica da "modernidade líquida" vivida no século XX. Dentro dessa lógica, a inconstância do mundo e a diversidade dos meios de comunicação fazem com que as informações sejam veiculadas de forma mais rápida, sem levar em consideração a franqueza da notícia, tendo em vista somente a identificação pessoal com o fato. Consequentemente, as notícias falsas conquistam uma abrangência muito grande, podendo resultar em fatos como o ocorrido no Rio de Janeiro, o qual explicitou a morte de Fabiane Maria de Jesus que foi confundida, através de um retrato falado publicado na internet, com uma suposta sequestradora de crianças para rituais de magia negra.   Destarte, fazem-se necessárias mudanças para solucionar a problemática exposta. Assim sendo, é imprescindível que o Ministério da Justiça crie uma ouvidoria virtual juntamente com alunos de universidades brasileiras, principalmente dos cursos de ciências da computação e tecnologia da informação, a partir da elaboração de um site governamental que tenha interação direta com a população, com o propósito de averiguar a veracidade das informações divulgadas no meio virtual, através de denúncias feitas pelos próprios internautas, visando a transparência das notícias e uma menor incidência de boatos na rede. Logo, poder-se-á afirmar que a pátrias educadora oferece mecanismos exitosos para que seja possível manter a autenticidade dos acontecimentos no ambiente de maior alcance dos fatos: a internet.