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Enviada em: 26/10/2017

Se desde a antiguidade, Procópio, historiador bizantino, escrevera um livro recheado de histórias duvidosas para arruinar a reputação do imperador Justiniano, hoje, entre mensagens e tuítes venenosos, essa prática persiste. Seja pelo apelo manipulatório ou até mesmo pelas consequências drásticas que ocasionam, os boatos falsos ou "Fake news" trazem dissabores que afetam a segurança brasileira.       É indubitável que dentre as causas do problema, esteja a estratégia de manipulação midiática conferida por tais notícias. O romance 1984 de George Orwell reflete essa realidade. Na narrativa, Winston, um trabalhador do Ministério da Verdade, executa uma sagaz função: alterar os dados em prol do governo autoritário. Assim, totalmente alteradas, tais notícias mascaravam a realidade, fazendo com que os cidadãos nada indagassem. Já hodiernamente, o que ocorre é exatamente a perda de senso crítico, além do uso desse artifício como manobra política, como exemplo, o que ocorrera na eleições presidenciais francesas, onde Ali Juppé por meio de montagens fora acusado de ter  apoio de um grupo da Fraternidade Islâmica.       Por outro lado, a propagação de informações duvidosas pode acarretar em atos imorais. Um exemplo trágico, foi o caso de Fabiane Maria de Jesus que fora agredida e morta a partir de um boato gerado na internet que afirmava que a mesma sequestrava crianças. Episódios como esse ilustram nitidamente o alcance e riscos dessas notícias, além da sensação de medo instalada, igualmente assinalada pela ótica de Zygmunt Bauman - o medo líquido -, que é difuso, desencadeando a insegurança constante no indivíduo.       Mediante os fatos supracitados, fica claro portanto, que o fenômeno das notícias falsas é consternador em sociedade. Por isso, é indispensável que o Estado, em especial órgãos policiais e o Supremo Tribunal de Justiça, a criação de comissões investigativas a fim de combater bem como punir àqueles que usam disso, honrando assim o Marco Civil da Internet para um ambiente virtual mais seguro. Cabe as escolas em parceria com ONG's, a instrução através de palestras e práticas sobre os cuidados em rede desde já nos pequenos. Já a mídia com uma postura austera, impedir a disseminação de boatos dúbios, além de informar e alertar o impacto desses no coletivo. E finalmente, ao indivíduo cabe o comportamento racional, assim como descrito por Descartes, de analisar as evidências e sintetizá-las verificando sua procedência e veracidade antes de as compartilhar.