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Enviada em: 17/06/2018

Cigarro. Maconha. Vodka. LSD. Uísque. Cerveja. Êxtase. Cocaína. As supracitadas substâncias psicoativas caracterizam o atual cenário em que jovens de todas as idades estão inseridos. Com efeito, a busca bioquímica pela felicidade constitui um contexto paradoxal na adolescência, haja vista que os prazeres instantâneos desencadeiam riscos individuais e coletivos aos jovens, por isso, necessitam reformular a consciência sobre esse consumo.     Em primeira análise, é mister a compreensão de que as conturbações juvenis crescem exponencialmente na modernidade. Nesse viés, é notório que o período da adolescência é constituído por incertezas, relações líquidas e pressões sociais. Dessa forma, a fragmentada esfera psicológica e emocional dos jovens torna o ambiente propício ao uso de drogas, uma vez que tentam achar um caminho de fuga da realidade, cujos resultados são frustrantes. Além disso, o consumo de entorpecentes também é influenciado pela necessidade de interação social, a fim de não encarar a rejeição por ser diferente. Com isso, a dependência de substâncias químicas é apenas uma das consequências dessas escolhas.     Desse modo, o filósofo grego Epicuro analisa que os prazeres momentâneos não moderados trazem reflexos a longo prazo. Em decorrência disso, os usuários de bebidas alcoólicas e drogas estão condicionados a realizarem, por exemplo, a evasão escolar por conta de maus resultados nos estudos, além da dependência inconsciente de narcóticos, o que possui impacto na vida profissional futura. Nesse sentido, pesquisas do IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, confirmam a situação ao revelarem que o uso de drogas lícitas entre jovens cresceu de 50,3% para 55,5%, de 2012 a 2015. Nada disso, porém, seria tão prejudicial à saúde e a sociabilidade desses indivíduos se todo o corpo social reavaliasse sua atuação.    Fica clara, portanto, a necessidade de políticas públicas que solucionem o impasse. Para tal objetivo, as escolas, com apoio do Ministério da Educação, devem desenvolver palestras para pais e alunos que envolvam a apresentação de situações reais de quem já é usuário e suas consequências, a fim de criar uma geração consciente de seus atos. Em consonância, a Polícia Civil deve reforçar a sua atuação em locais frequentados pelos jovens com a fiscalização de locais de tráfico e de possíveis traficantes, para que os adolescentes possam ser inseridos em um cenário de educação, saúde, bem-estar, segurança e prazer contínuos.