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Enviada em: 11/11/2018

No Brasil, os riscos do aumento do consumo de álcool e outras drogas têm se tornado mais evidentes. A alta tolerância cultural ao consumo de drogas lícitas, como é o caso de bebidas alcoólicas e do cigarro, abre precedentes importantes para a introdução de outras substâncias entre os jovens. Além disso, a pressão social do meio de convivência contribui para que o consumo de drogas seja percebido como natural e desejável.       Primeiramente, tal tendência não está restrita ao Brasil: é mundial. A percepção positiva dos jovens em relação ao consumo de álcool e drogas tem décadas e vem associada ao fenômenos da mídia ou personagens que simbolizam quebras de paradigma na sociedade. Frequentemente, os ídolos dos jovens representam exemplos para seguir, seja para o bem ou para o mal: um cantor famoso para um dado momento, ao explicitar seu consumo de drogas e associá-lo ao seu sucesso, torna-se esse exemplo.       Desta forma, o fascínio provocado por ícones da moda contamina grupos de jovens de todas as idades e classes sociais. De acordo com pesquisa do IBGE, 70% dos adolescentes entre 13 e 15 anos já provaram bebida alcoólica e 10% já experimentaram alguma droga ilícita. Tais números revelam a gravidade do problema e a importância do contato dos pais com os filhos e da manutenção do diálogo durante toda a fase de desenvolvimento. Eis um ponto muito importante: advertir antes da iminência do consumo tem efeito muito mais efêmero que a construção de uma relação aberta ao longo dos anos, em que os pais conhecem as curiosidades, propensões e o meio de convivência de seus filhos.       Portanto, estimular o diálogo é o melhor caminho. Em parceria, as secretarias municipais e estaduais de saúde e educação devem distribuir materiais informativos às escolas e postos de saúde. Elas devem também fomentar palestras e rodas de diálogo nas câmaras de vereadores, a fim de que especialistas e entidades da sociedade civil participem e orientem os cidadãos sobre os riscos das drogas lícitas e ilícitas. Assim, com informação e participação, pais e jovens ficarão longe das drogas.