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Enviada em: 02/08/2018

Dependência química, prejuízos escolares, exposição à situações de risco, overdoses. Estes são alguns dos perigos ocasionados pelo consumo de drogas, ilícitas ou não, na juventude. Considerando-se a pouca eficiência na fiscalização e o tabu mantido sobre o tema no âmbito familiar, compreende-se por que medidas coercitivas se mostram pouco eficientes. Faz-se necessária uma abordagem preventiva, com foco na educação sobre o consumo de substâncias entorpecentes.        Tratando-se do contexto etário da adolescência, a ampla divulgação de informações deve ser tratada com ainda mais prioridade no que tange à redução do consumo de álcool e outras drogas. Isso porque, nessa fase da vida, os indivíduos encontram-se mais suscetíveis a modelos miméticos de comportamento, o que significa que eles tendem a ceder mais facilmente às pressões de grupo. Nesse sentido, a conscientização por meio do conhecimento sobre os efeitos e riscos do consumo de substâncias entorpecentes é a melhor maneira de reduzir a influência social sobre a tomada de decisão do adolescente.        Sabe-se, contudo, que o maior problema está na recuperação dos jovens que já são dependentes. Como resultado da baixa atuação preventiva, tratativas agressivas costumam ser executadas por parte da polícia. Casos como o da Cracolândia, por exemplo, demonstram o fogo cruzado do tráfico, realidade de muitas cidades brasileiras, no qual as vítimas e os criminosos se confundem e o sistema nunca é desmantelado. Assim, dá-se continuidade ao ciclo em que cada viciado torna-se uma célula capaz de influenciar muitos outros.        Em tal conjuntura, não é viável esperar quer a fiscalização e punição sejam eficazes no combate ao uso de drogas pelos jovens. Para reduzir os riscos é preciso, primeiramente, contar com o apoio da Mídia e das famílias, primeiros formadores de opinião, para reduzir o tabu existente sobre o tema. O Governo, por meio do Ministério da Educação, pode contribuir inserindo na Base Comum Curricular discussões sobre os aspectos sociais e coletivos da dependência química, que devem somar-se ao estudo dos efeitos físicos, que já faz parte dos programas escolares. Desse modo, a prevenção ocorrerá por meio da expansão da capacidade analítica dos jovens que, consequentemente, estarão aptos a fazer escolhas mais conscientes sobre o uso de substâncias entorpecentes.