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Enviada em: 29/07/2018

Oriundo de uma frágil estrutura social formada, sobretudo advinda da constância de instabilidades políticas, a problemática relacionada ao uso de drogas no Brasil torna-se fator alarmante. Tendo a população jovem como principal alvo de vulnerabilidade, a questão educativa e, por conseguinte, da fiscalização deveriam ser pontuadas com maior relevância. Contudo, o cenário mostra-se oposto e retrógrado.     De fato, os irrisórios investimentos na educação preocupam a capacidade de reverter o quadro de usuários químicos. Concomitantemente a isso, torna-se evidente a necessidade de expandir os gastos de saúde pública ao tratamento de dependentes. Segundo dados expostos pelo SUS (Sistema Único de Saúde), aproximadamente dez bilhões de reais foram aplicados no âmbito da reabilitação na última década no Brasil. Desse modo, o desafio das drogas apresenta a capacidade de expandir-se genericamente pelas instituições sociais e demonstrar, paralelamente, a falência dos principais órgãos promotores do bem-estar humano em comunidade, incluindo a rarefação das relações familiares.     Analogamente, a ineficácia por parte das áreas governamentais de cunho fiscal tem potencializado a expansão de adeptos. A banalização na venda de bebidas alcoólicas para menos de dezoito anos representa um pré-requisito ao uso de outras drogas, incluindo as ilícitas. Logo, o grau de dependência tende a crescer e, acoplado a isso, dificultando a capacidade de ressocialização dos jovens brasileiros, incluindo o afastamento escolar e do mercado de trabalho. Não obstante, a própria violência inerente ao tráfico, às imprudências no trânsito e ao âmbito doméstico reafirmam a necessidade de implantação de medidas que tramitem sobre a formação moral de crianças e adolescentes.     Consoante a essa questão, urge, portanto, a tomada de medidas que anulem tal problemática. Permeando o pensamento kantiano de que "O homem é aquilo que a educação faz dele", as campanhas instrutivas e educacionais mostram-se com fortes armas contra as drogas. Sob tal égide, a execução de atividades didáticas nas escolas que demonstrem danos causados pelas drogas fundamentam-se na perspectiva de alertar e prevenir o uso. Acoplado a isso, o Estado deve investir em atos de fiscalização de ambientes que comercializam bebidas alcoólicas, ampliando sua eficácia por meio das multas de venda aos menores de idade. Tudo isso em prol de uma juventude mais saudável e livre das sombras da realidade e das aparências, assim como explana Platão na sua Teoria da Caverna.