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Enviada em: 10/08/2018

Dependência química, prejuízos escolares, exposição a situações de risco, overdoses. Esses são alguns dos perigos ocasionados pelo consumo de drogas, ilícitas ou não, na juventude. Considerando-se, nessa conjuntura, a pouca eficiência na fiscalização e o tabu mantido sobre o tema no âmbito familiar compreende-se por que medidas coercitivas se mostram pouco eficientes. Sendo assim, faz-se necessária uma abordagem preventiva, com foco na educação sobre o consumo de substâncias entorpecentes.        Em primeiro lugar, o contexto etário da adolescência deve ser levado em conta, uma vez que trata-se da fase da vida em que os indivíduos encontram-se mais suscetíveis a modelos miméticos de comportamento e, portanto, cedem mais facilmente às pressões de grupo. Nesse sentido, a ampla divulgação de informações acerca dos riscos e dos efeitos do consumo de drogas, tanto fisiológicos quanto sociais, precisa ser a prioridade. A conscientização é, certamente, a melhor maneira de tentar reduzir os impactos da pressão de grupo exercida sobre a tomada de decisão de um adolescente.       Sabe-se, contudo, que o maior problema está na recuperação dos jovens que já são dependentes químicos. Como resultado da baixa aplicação de medidas de prevenção, tratativas agressivas costumam ser executadas por parte da polícia. Casos como o da Cracolândia, por exemplo, demonstram que existe um fogo cruzado no qual as vítimas e os criminosos se confundem, o que dificulta ainda mais o desmantelamento do sistema. Assim, dá-se continuidade ao ciclo em que cada viciado torna-se uma célula capaz de influenciar muitos outros.        Em tal conjuntura, para reduzir os riscos é preciso, primeiramente, contar com o apoio da Mídia e das famílias, primeiros formadores de opinião, a fim de remover o tabu existente sobre o tema. Além disso o Governo, por meio do Ministério da Educação, pode contribuir inserindo na Base Comum Curricular discussões e palestras acerca dos aspectos sociais e coletivos da dependência química, que devem somar-se ao estudo dos efeitos físicos e psicológicos, que já fazem parte dos programas escolares. Tais ações têm como objetivo incentivar os jovens a refletir sobre o assunto para assim expandir sua capacidade analítica e, então, torna-los aptos a fazer escolhas mais conscientes sobre o uso de substâncias entorpecentes.