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Enviada em: 15/08/2018

"Foi para o baile muito louca, a fim de se envolver, ela só tem 18 anos e o que vai acontecer?", os versos da música "vai dar PT", do cantor baiano Léo Santana provoca uma profunda reflexão crítica a respeito de uma realidade no Brasil: a banalização do uso de drogas lícitas na juventude. Nesse contexto de desrespeito aos direitos dos infantes, o combate ao uso precoce de drogas é prejudicado tanto pela ineficácia de ações estatais quanto pela negligência da sociedade civil no que concerne ao uso e consumo substâncias lícitas no país em pleno século XXI.   Realmente, têm sido tímidos os debates e condutas governamentais no Brasil sobre a segurança e os cuidados do corpo infantil-juvenil. Apesar de o país dispor de legislações que tratem de garantias e prorrogativas de dignidade humana inerentes aos adolescentes, como a Constituição vigente e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o que ocorre na prática é o crescente número de jovens consumindo substâncias lícitas. Tal veracidade pode ser constatada na pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, a qual mostrou que 35% dos jovens consomem bebidas alcoólicas pelo menos uma vez no mês, demonstrando a negligência política no Brasil em relação ao mero cumprimento do que já está assegurado por lei. Infelizmente, a persistência desse problema explicita que a reflexão acerca dos jovens precisa ser aprofundado na Nação.     Além disso, são insatisfatórias as ponderações referente a essa temática social em instituições formadoras de opinião, como certas escolas e alguns setores de imprensa. De fato, o uso drogas lícitas e ilícitas é comum em letras de músicas e vídeos na internet, os quais, por sua vez, estimulam a adoção desse comportamento errado em vez de trabalhar o debate em torno de condições sociopolíticas que conduzem a permanência dessa problemática no Brasil. Essa indigesta realidade de adoção de comportamento pode ser explicada pelo sociólogo italiano Michel Maffesoli, o qual defendeu a tendência do indivíduo agir de acordo com as referências coletivas.    Em face desse dilema social, é necessário que o Governo Federal, por meio de redes sociais ou de parcerias com o Ministério Público em campanhas de esclarecimento popular, intensifique informes educativos à população acerca dos malefícios do contato precoce com drogas, a fim de minimizar o número de dependentes químicos. Além disso, urge que famílias, escolas e alguns setores de imprensa atuem, em conjunto, de forma preventiva à abordagem de drogas na adolescência, mediante palestras que envolvam pais, psicopedagogos e jornalistas, com o propósito de consolidar uma cultura de prudência no meio social em se tratando de bem-estar da população.