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Enviada em: 28/08/2018

Na primeira metade do século XIX, o ultrarromantismo estava em seu auge. Álvares de Azevedo relatava em suas obras o exacerbado desejo de consumir álcool por parte de seus personagens. Entretanto, a ficção acorria como um retrato fiel da realidade vigente, configurando um cenário melancólico e desafiador por parte daqueles que vivenciaram-o. O contexto social hodierno relaciona-se, analogamente, com a modernidade, uma vez que, quando observa-se o contexto mundial, o Brasil encontra-se nas primeira posições no que tange ao consumo de álcool. Esse dado assustador releva, principalmente, a negligência governamental em tratar o problema e, além disso, a exiguidade de políticas contribui para que essa permaneça sendo a quinta causa de jovens no país.   Vale ressaltar que o debate acerca do tema não se restringe ao Brasil e ultrapassa fronteiras, haja vista a necessidade de resolvê-lo na conjuntura global. No século XX, o consumo de álcool encontrava-se tão vultuoso nos Estados Unidos que, a partir de 1920 - perdurando 13 anos - vigorou a lei seca no país. Todavia, mesmo que se tratasse de uma tentativa de transformação, corroborou para a curiosidade do consumo e, por conseguinte: o tráfico. A experiência norte-americana exemplifica a complexidade de tratar o problema. Inegavelmente, o cenário brasileiro é divergente e, por essa razão, deve priorizar medidas que se adequem à carestia da população. Nesse sentido, seria válido proibir que se glamorize as drogas, sejam lícitas ou ilícitas.   Concomitantemente a isso, faz-se primordial salientar que o "endeusamento" ao álcool é uma questão cultural. As propagandas que apresentam-o, destacam diversão, mobilidade social e, principalmente, modo de conquistar mulheres - notabilizando, dessa maneira, outro problema, visto que a retratam o sexo feminino como um objeto. Em síntese, a satisfação da vida se relacionaria à consumir tais bebidas. Incontrovertivelmente, é uma inverdade que urge cessamento. Aristóteles diz que todos os homens têm desejo de conhecer, contudo, se a mídia evitasse apresentar essas substâncias de modo a exaltarem-a, esse cenário daria o primeiro passo para o caminho da transformação.  Evidencia-se, portanto, a necessidade de criar e estabelecer medidas que resolvam os problemas tangentes ao consumo de álcool por jovens no Brasil. Em primeiro lugar, seria benfeitor a ampliação da atuação de Programas Sociais que tratem esse tema nas escolas e na mídia. Para que isso seja feito, o Ministério de Educação deve incluir na base curricular matérias que discutam a importância de não utilizar drogas. Por fim, tendo conhecimento acerca da problemática de ter contato com entorpecentes, as crianças e os adolescentes evitariam-o. Outrossim, a restituição de leis anti-drogas é essencial - de maneira análoga à proibição de enaltação do tabagismo, o mesmo precisa ser feito com o álcool.