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Enviada em: 24/10/2018

De acordo com o sociólogo Karl Marx, as relações sociais ocorrem por vias de poder que reafirmam as interações entre os grupos sociais. De modo análogo, observa-se que o aumento considerável do consumo de álcool e outras drogas entre os jovens brasileiros reforçam o posicionamento de Marx e apontam para a necessidade de pertencimento e a pressão social como as principais causas para o seu uso. Destarte, é na transição para a maturidade que ocorre a formação da identidade, que, por sua vez, é decorrente da influência das relações sociais que o adolescente se insere durante esse período. Diante desse cenário, mostra-se relevante atentar para os riscos que o consumo de substâncias lícitas e ilícitas acarreta para o indivíduo em formação.      Em primeira análise, vale ressaltar que a permissividade em relação ao álcool, sobretudo no meio familiar, auxilia como justificativa para o consumo dessa substância em outros meios de maneira cada vez mais desmedida. Compreende-se que, o uso de substâncias lícitas, dentre elas as bebidas alcoólicas e o tabaco, torna-se a porta de entrada para o ilícito. Nesse sentido, de acordo com o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 70% dos adolescentes, entre 13 e 15 anos, já consumiram álcool, e destes, 10% já fizeram uso de drogas. Por conseguinte, segundo Jean Jacques Rousseau: “O homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe”, essa deturpação da juventude através do álcool acarreta consequências sociais agonizantes para esse grupo exposto a situações de violência e comportamento de risco.      Outrossim, em consonância com o Estatuto da Criança e do Adolescente, que dispõe sobre a proteção integral à criança e adolescente, atribuindo à família, sociedade e Estado o dever de efetivar seus direitos, alude, em seu artigo 81: “É proibida a venda à criança ou ao adolescente de bebidas alcoólicas”. Todavia, verifica-se na prática a ausência do exercício da lei e uma atuação cada vez mais fraca das instituições em prevenir que tal realidade se concretize. Desse modo, o consumo precoce pode levar a uma série de consequências nocivas, desde sequelas neuroquímicas à perda de rendimento escolar e no desenvolvimento de habilidades.     Em síntese, o uso desmedido do álcool tornou-se um grande problema a ser enfrentado e deve ser veemente combatido. Logo, é necessário que o Estado reformule suas leis voltadas para o público jovem, reforçando a proibição da venda de bebidas alcoólicas a estes jovens, mobilizando a fiscalização e estabelecendo multas árduas para os estabelecimentos e indivíduos em desacordo. Além disso, é de sua importância a participação família, à disposição para o diálogo e repudiando o consumo de álcool e outras substâncias, investindo na prevenção do problema a fim de superá-lo.