Materiais:
Enviada em: 26/10/2018

O Faroeste Cabloco brasileiro   As drogas, sejam elas as lícitas ou ilícitas, são consumidas e utilizadas desde a Antiguidade, pois estavam relacionadas com as divindades de diversos povos e culturas. Do mesmo modo que grandes autores da Segunda Geração Romântica do século XIX também usufruíam, a fim de que pudessem "experimentar" a vida de uma forma mais intensa e, consequentemente, potencializar os seus sentimentos para a representação. O consumo tornou-se cada vez mais frequente ao longo da história, essencialmente, nos anos de 1960 e 1970 com uma juventude que passava por um processo de contestação, portanto, encontraram nas drogas a libertação de uma realidade caótica. Pode-se afirmar que essas substâncias foram transformadas em produtos com a ascensão do sistema capitalista, o qual tanto lucra com o mercado de drogas.    Outro fator culminante, entre as mesmas décadas supracitadas, é o êxodo rural no território brasileiro devido à crescente urbanização. Esse ocasionou o aumento do desemprego, da criminalidade, do consumo de drogas e a gênese da favelização. O esteriótipo de uma periferia consumidora e distribuidora dessas substâncias "nasce" nesse contexto, uma vez que ela passou por um processo de marginalização e esquecimento por parte do Estado. Uma retratação desse padrão estabelecido encontra-se na música "Faroeste Cabloco" da banda Legião Urbana, a qual retrata a tentativa de um jovem negro e pobre que vai em busca da vida que desejava, não a conquistando, encontra no caminho do tráfico de drogas a sua oportunidade e solução imediata. Por este motivo, não se pode relacionar somente ao indivíduo pobre as questões sobre as drogas, e sim, ao processo histórico que o excluiu.    O sociólogo Pierre Bourdieu utiliza a imagem do leviatã com o cetro e a espada para afirmar que no momento em que o Estado afaste-se de abordagens sociais, o uso da força torna-se comumente. Consequentemente, a sociedade também torna-se violenta. Ou seja, desta forma não se soluciona os conflitos sociais, por exemplo as drogas, com as devidas políticas sociais, e sim, com a criminalização e marginalização por parte do Estado, instituindo-se condutas prisionais.   Diante da atual conjuntura social vigente, torna-se necessário a maior coerência do Estado e do Governo Federal em controlar e fiscalizar, por meio de agentes treinados, as comercializações de drogas lícitas em estabelecimentos, principalmente para crianças e adolescentes. Pois o que adianta tanto repúdio às substâncias ilícitas, quando há um local que oferece combustível para abastecimento de um automóvel e ao mesmo tempo produtos como bebidas alcoólicas e cigarro, que diminuem a capacidade físico motora do indivíduo? Ou seja, o carceramento em massa pode não ser o melhor meio