Materiais:
Enviada em: 29/10/2018

Na obra “Entre quatro paredes”, do filósofo Jean-Paul Sartre, o protagonista Garcin declara a sentença “o inferno são os outros”. Desse modo, afirma sua insatisfação em conviver socialmente, vista a pluralidade notória de idiossincrasias humanas – sobretudo, o individualismo. Esse sentido de inconformidade pode ser aplicável ao contexto do aumento do uso drogas licitas e ilícitas pelos jovens, já que há um descaso da sociedade com esse assunto, pois, muitos pais acreditam que isso é normal, além da ineficácia na Lei que proíbe a venda de bebidas alcoólicas para menores.            Dessa maneira, analisando mais profundamente o contexto brasileiro, percebe-se que o aumento do consumo de álcool e outras drogas manifestam-se quase indissociável à cultura, pois, segundo o sociólogo Pierre Bourdieu, as estruturas sociais são internalizadas pelos indivíduos. De maneira análoga, a sociedade, individualista e egocêntrica, acredita que o uso do álcool faz parte adolescência, exemplo disso, é que vários pais oferecem cerveja para seus filhos menores, e assim ao sair com os amigos esses jovens sentem se “autorizados” em usufruírem a bebida alcoólica. No entanto, o seu uso precoce podem acarretar doenças como cirrose, câncer e a dependência.               Além disso, é importante salientar que a questão judiciária e sua aplicação estejam entre as causas do problema. De acordo com Aristóteles, no livro “Ética e Nicômaco”, a política serve para garantir o equilíbrio entre os cidadãos, logo, verifica-se que esse conceito encontra-se deturpado no Brasil, tal fato se reflete na ineficácia da fiscalização nas vendas de bebidas alcoólicas para menores. Sob essa conjuntura, o IBGE, mostrou uma pesquisa realizada em 2014, que 70% dos adolescentes entre 13 a 15 anos já experimentaram bebidas alcoólicas, e 55% já fumaram cigarro, esse dado mostra que mesmo que exista uma Lei que protege o menor de ter contato cedo com a droga, na prática a falta de conscientização e fiscalização deixa-nos à mercê do descaso e abandono.      Portanto, medidas são necessárias para combater o impasse. Faz-se necessário que primordialmente, o Ministério da Educação com parceria dos pais, crie um programa nacional escolar que vise conscientizar os jovens dos prejuízos e problemas ocasionados pelas das drogas, o que devem ocorrer mediante o fornecimento de palestras e peças teatrais. Paralelamente, o Governo Federal deve se responsabilizar em punir, com multas, ambientes que forneça bebidas para menores, além de disponibilizar um número para que possam ser feita denuncias. Dessa maneira, com base no equilíbrio proposto por Aristóteles, esse fato social será gradativamente minimizado no país.