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Enviada em: 04/08/2017

A cracolândia ganhou esse nome pejorativo devido ao acúmulo de usuários dessa e de outras drogas que, sem destino e com um vício, foram se aglomerando. Tal região tornou-se um retrato terrível do país e que, graças aos elevados números de uso entre os jovens no Brasil, vemos que, nem diante das consequências do consumo de álcool e entorpecentes, o problema não se aproxima dos novos usuários lhes causando medo de se tornarem viciados e, tampouco, outros riscos como acidentes de trânsito, envolvimento em brigas ou até a morte.      Nos comerciais de produtos alcoólicos, os alertas a respeito da idade não ganham atenção e ainda, são produzidos em locais caracterizados pelo descanso e diversão, como a praia. Análogo a isso, entre 15 e 24 anos, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), idade na qual se encontram os maiores níveis de mortes causadas pelo consumo de drogas, o jovem está em processo de construção biológica e social. No primeiro âmbito, o corpo do adolescente necessidade de muita energia para os processos químicos e, ao consumir esses produtos a produção energética que deveria ser gasta em desenvolver esse organismo, é perdida na tentativa de mantê-lo saudável. E, na segunda área, ao ser influenciado pelas mídias e, por pressão dos amigos, o adolescente passa a acreditar que o consumo desses entorpecentes é algo necessário, pois lhe trará aceitação e prazer.       Consequentemente, como encontramos na própria cracolândia, os jovens, pelo vício, abandonam suas casas, usam seu corpo como moeda de troca pela droga e vivem em condições desumanas de miséria e falta de dignidade. Ademais, como disse John Lennon: "as drogas me deram asas para voar, mas me tiraram o céu", a sensação boa gerada pelo consumo desses químicos não gera benefícios, pois prejudicam tanto ou até mais do que causam prazer. Pode-se ver isso nos casos de suicídios, homicídios e acidentes de trânsito, que tem suas maiores taxas quando são avaliados os envolvimentos de jovens entre 12 e 19 anos, como alerta a SBP.       Em suma, a problemática precisa ser combatida. Para isso, cabe ao Ministério da Comunicação em conjunto a um grupo de publicitários, padronizar os limites da propaganda e formatar um código de responsabilidade com a verdade nas informações transmitidas ao público. Ainda, é dever da escola junto de profissionais, como psicólogos e psiquiatras, e jovens recuperados, montarem palestras a respeito do problema, levando para perto do grupo de risco o alerta sobre as consequências no próprio futuro, no da família e, em casos como a cracolândia, da sociedade. Além disso, ao Governo Federal fica a obrigação de colocar profissionais da área, recuperadores e médicos, nessa região tão assolada e tentar minimizar o problema, trazendo aqueles que quiserem para o tratamento e a reinclusão social.