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Enviada em: 14/08/2017

As drogas mostram-se como integrantes da cultura do Brasil há anos. O uso de substâncias alucinógenas pelos índios nativos e a luta pelas drogas do sertão nordestino - Revolta de Beckman - são exemplos dessa afirmativa. Todavia, o consumo precoce de produtos ilícitos e bebidas alcoólicas tem despertado a preocupação da sociedade. Nesse cenário, dois fatores não podem ser negligenciados: o bombardeio de propagandas enaltecendo o consumo desses produtos e o fato social como agravante da problemática.       Em primeiro análise, cabe pontuar o marketing como propulsor para ingestão prematura de bebidas e drogas ilícitas. Comprova-se isso por meio de propagandas - exibidas em canais abertos e em todos os horários - que associam o álcool à prazer, poder, sucesso e beleza. Além disso, filmes como Sem Limites exibem o consumo de uma droga que deixa o indivíduo mais inteligente. Dessa forma, vê-se que a mídia tem forte poder para impulsionar hábitos, principalmente entre os jovens - fase na qual o censo crítico está em desenvolvimento -, sendo facilmente aliciados. Tendo em vista que quanto mais cedo um cidadão começa a ingerir bebidas ou drogas, maior sua chance de vir a se tornar um dependente, é necessário que esses estímulos midiáticos sejam controlados.       Ademais, convém frisar que o fato social - busca por aceitação na sociedade e imposição de atitudes - descrito pelo sociólogo Émile Durkhaim faz com que esse consumo seja recorrente entre jovens. Assim, um adolescente em uma roda de amigos usando drogas é fortemente estimulado a fazer o mesmo, visando sua incorporação na turma. Desse modo, vê-se que a falta de instrução e o estímulo mascarado contribuem para a crescente taxa de jovens que já experimentaram tais substâncias, como comprova uma pesquisa do IBGE, na qual cerca de 70% de menores de idade já as provaram. Nota-se, então, a urgência de reverter esse triste cenário brasileiro.        Portanto, medidas para solucionar o desafio supracitado são imperativas. É imprescindível que o Poder Público atua para atenuar a problemática. Logo, por meio da criação de regulamentos, deve controlar o conteúdo e horário de exibição de propagandas que reportem bebidas alcoólicas ou drogas, visando diminuir sua influência sobre a juventude do país. Ainda, deve formar parcerias privadas que fiscalizem o cumprimento dessa regulação imposta, garantindo sua eficácia. Além disso, a mídia pode reverter sua posição e usar de sua função de difusora de conhecimento para exibir por meio de novelas e campanhas o quão nocivo é o consumo de tais produtos, conscientizando a população através da reflexão.  As escolas também podem contribuir, trabalhando de forma lúdica o desenvolvimento do censo crítico, instruindo alunos e responsáveis, formando cidadãos conscientes e lúcidos.