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Enviada em: 08/09/2017

Segundo o sociólogo Emile Durkheim, a sociedade funciona tal qual um organismo vivo. Nesse sentido, para um corpo social coeso e harmônico é preciso contemplar todos os seus setores com equidade. Todavia, esse princípio é , muitas vezes, deturpado no Brasil, sobretudo no trato dado ao consumo de drogas lícitas e ilícitas pelos jovens. Assim, nesse contexto, são gerados riscos a esse público, em função de entraves estruturais e culturais que precisam ser repensados.     Primeiramente, deve-se pontuar defasagens em nosso sistema educacional, no que tange essa questão. Nessa perspectiva, o atual modelo de ensino funciona tal qual uma linha fordista, visando, quase exclusivamente, o vestibular. Desse modo, a socialização acerca da discussão entorno do uso de entorpecentes em relação é, por vezes,negligenciada em detrimento do foco majoritariamente tecnicista dado às provas. Assim, tal falta de informação culmina não só para criação de achismos e tabus, mas também para desorientação e déficit em discernimento de muitos indivíduos. O resultado, em muitos casos, são pessoas guiadas por influencias externas nocivas, vindo a desenvolver o tanto o consumo precoce dessas substâncias ,desde o álcool até cocaína e crack, quanto o vício patológico, transformando um problema de educação em um , de saúde pública.     Ademais, é preciso ressalta o aspecto cultural dessa problemática. Sergio Buarque, historiador e sociólogo, define o brasileiro enquanto "cordial", visto a tendência em subverter normas legais em função do interesse privado. Tal conceito é evidenciado no caso do consumo de bebidas alcoólicas, já que é tradicionalmente iniciado na adolescência, em detrimento de códigos e fiscalizações. Nesse sentido, na medida em que se enraíza tal ato, cria-se uma legitimidade falaciosa para o jovem, por vezes sem filtro social, envolver-se com outras substâncias, além de realizar outras ações, que igualmente, desrespeitem limites jurídicos. Dessa maneira, é gerado, muitas vezes, adultos inseridos numa cultura de desobediência civil, fazendo-se necessária uma mudança de mentalidade.      A nação, portanto, vive um quadro crítico que precisa ser revertido. Logo é essencial a atuação do Ministério da educação junto as escolas públicas e privadas. Desse modo, com a instalação nas grades escolares de palestras e debates com especialistas que visem socializar a discussão sobre o uso de entorpecentes, a fim de instruir e orientar a respeitos dos riscos, como o vício, e estímulos esternos. Também é necessária a ação de ONGs junto a redes sociais, como "Facebook" e "Twitter". Dessa forma, com a veiculação de campanhas em vídeo que objetivem desconstruir a cultura de desobediência legal, salientando a importância de orientar o jovem sobre o consumo de álcool, dentre outras drogas, no intuito criar um indivíduo com melhor filtro social e melhor consciência.