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Enviada em: 26/09/2017

O consumo de drogas, como o álcool, acompanha a história da humanidade desde os seus primórdios, a exemplo do vinho, amplamente difundido na Idade Média. Entretanto, na contemporaneidade, o uso excessivo dessas substâncias, principalmente entre os jovens, preocupa as mais diversas esferas da sociedade. Fatores de ordem educacional, bem como social, caracterizam o abuso de drogas na adolescência pelos brasileiros.    É importante pontuar, de início, a negligência acadêmica quanto à danosa relação dos jovens com o álcool. À guisa do pensamento kantiano, o ser humano é tudo aquilo que a educação faz dele, porém, as escolas brasileiras falham nesse processo de formação humana. A escassez de projetos de conscientização efetiva nas salas de aula acerca dos riscos do uso de drogas fomenta um comportamento inconsequente dos adolescentes frente a essas substâncias. Tal fator é ratificado por pesquisa recente do IBGE, em que 70% dos estudantes de 15 a 17 anos entrevistados já experimentaram bebida alcoólica, sendo essa realidade, muitas vezes, reflexo do desamparo estudantil na temática.    Outrossim, tem-se as fortes influências externas que corroboram o precoce uso de drogas pelos brasileiros. Conforme o presidente do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), os jovens são expostos à chamada pressão de grupo, em que iniciam o consumo dessas substâncias por que os amigos também o fazem. Somado a isso, a indústria alcooleira de propagandas, ao desenvolver comerciais que associam o álcool à aceitação social, incentivam o uso dessas substâncias pelos cidadãos. Esse fenômeno torna-se ainda mais relevante quando se expõe a adolescência como um período de construção de caráter, em que o jovem se encontra muito influenciável pelo meio externo.    É notória, portanto, a relevância de fatores educacionais e sociais na problemática supracitada. Nesse viés, cabe às escolas, em consonância com ONGs da área, promover a conscientização dos jovens sobre os riscos do álcool e demais drogas. A ideia da medida é, a partir de debates e palestras nas salas de aula, além de campanhas nas ruas sobre o tema, minimizar o número de adolescentes que utilizam essas substâncias. Ademais, a mídia, enquanto difusora de novos comportamentos e opiniões, e as famílias devem propagar o não consumo de álcool pelos adolescentes. Tal projeto deve contar com telenovelas, propagandas educativas e diálogos esclarecedores em casa que tratem do assunto com o intuito de consolidar uma juventude livre dos riscos das drogas.